O provedor de Santa Casa de Misericórdia lembrou esta segunda-feira que o projecto da instituição para instalar uma unidade de cuidados continuados integrados e demências no antigo hospital ainda aguarda a comparticipação dos fundos comunitários Portugal 2020. O ‘lembrete’ de Bernardo Reis foi escutado por João Soares, ministro da cultura, e pelo ‘vice’ da comissão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte que participavam na inauguração do Centro Interpretativo das Memórias da Misericórdia bracarense, instalado no Palácio do Raio.
Considerando “um grande desafio” dar uma nova vida aos edifícios do antigo São Marcos, desocupados desde 2011, data em que o hospital foi transferido para as actuais instalações em Gualtar, o provedor recordou que a unidade já tem aprovação e integrará a Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados e Demências.
Bernardo Reis referiu ainda que nesse sentido foi celebrado um protocolo entre a União das Misericórdias Portuguesas, instituições de solidariedade social e os ministérios da Segurança Social e da Saúde do executivo de Passos Coelho. O projecto conta ainda com o apoio da Comunidade Intermunicipal do Cávado e da autarquia.
‘NOVO’ PALÁCIO DO RAIO
Financiados pelo Programa Operacional do Norte ON2 e pelo fundo Jéssica, a recuperação do edifício, construído entre 1752-55 com assinatura do mestre bracarense do barroco André Soares, e a instalação do centro interpretativo da Misericórdia de Braga, custaram cerca 4,2 milhões de euros.
O ‘novo’ Palácio do Raio promete, afirmou Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, transformar-se num “espaço de referência”, quer do ponto de vista cultural e de preservação do património material e imaterial, quer do ponto de vista turístico.
João Soares manifestou a disponibilidade do ministério que ocupa para dialogar com as autarquias, Igreja e misericórdias, entre outras instituições para promover soluções “mais ajustadas” que valorizem o “imenso” património em que o país é rico.
“É nesta lógica de cooperação com Santas Casas e com o poder local que pretendemos continuar a trabalhar”, afirmou o ministro da Cultura.
Ao longo de dez salas, o centro interpretativo acolhe peças de arte-sacra, têxtil, pintura, escultura, ourivesaria, cerâmica e utensílios médicos e farmacêuticos, em como documentos que testemunham mais de 500 anos de história.
Fernando Gualtieri (CP 1200)