Mais de 81 milhões de euros foram transferidos pelo Estado, só para as Misericórdias, e só para a área da saúde em 2015. Neste bolo inclui-se a contratação da mais consultas nas unidades hospitalares das Santas Casas de Vila Verde, Póvoa de Lanhoso, Esposende e Fão.
Incluída nesta verba estão ainda os orçamentos anuais dos três hospitais já “devolvidos” às Santas Casas de Fafe, Anadia e de Serpa, o do Centro de Reabilitação do Norte e a despesa das unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados, avança o Público.
A maior fatia foi para a rede de cuidados continuados: as santas casas detêm actualmente quase metade (3843) das camas desta rede para onde são encaminhados os doentes que, após alta hospitalar, necessitam de um período para convalescença e recuperação. As unidades das misericórdias receberam em 2015 um total de 61,7 milhões de euros, de um orçamento global para os cuidados continuados de 134,5 milhões de euros, segundo os dados disponibilizados ao jornal pelo Ministério da Saúde.
Outra despesa também relevante acabou por ser formalizada em Novembro passado, quando, a poucos dias de deixar o poder, o governo PSD-CDS/PP autorizou um gasto de mais de 130 milhões de euros, até 2020, para a contratação de consultas e cirurgias a oito Santas Casas da Misericórdia da região norte. A resolução do conselho de ministros deu assim ‘luz verde’ à despesa “relativa a acordos de cooperação” para a aquisição de ‘prestações de saúde’ às Santas Casas da Misericórdia de Vila Verde, Póvoa de Lanhoso, Esposende, Fão, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses e Riba de Ave.
Na prática, estes acordos significam que os doentes podem ser referenciados por centros de saúde para os hospitais destas oito Santas Casas da Misericórdia, que asseguram consultas e cirurgias, pagando os doentes a mesma taxa moderadora que seria cobrada nos estabelecimentos públicos.