Uma molécula considerada promissora contra a doença de Alzheimer não mostrou ser eficaz numa série de testes clínicos cujos resultados foram publicados na revista Journal of the American Medical Association (JAMA).
Estudos anteriores tinham mostrado que a idalopirdine, uma molécula do grupo farmacêutico dinamarquês Lundbeck, poderia melhorar as capacidades cognitivas em pessoas com a doença de Alzheimer.
Segundo essas análises prévias, a molécula não conseguiria, contudo, deter o desenvolvimento desta doença neurodegenerativa incurável.
Agora, uma equipa internacional de investigadores realizou três testes clínicos em 34 países com 2.525 participantes com pelo menos 50 anos e com a doença diagnosticada. Cerca de 65% dos participantes eram mulheres.
Os ensaios clínicos, com uma duração de 24 semanas cada, foram realizados entre Outubro de 2013 e Janeiro de 2017.
Os participantes foram seleccionados aleatoriamente para tomar uma determinada dose de idalopirdine ou de placebo.
“Os resultados foram decepcionantes porque esta nova molécula não fez nada para melhorar a cognição dos participantes nem para conter o seu declínio cognitivo, independentemente da dose”, escrevem os autores.
“Estes resultados mostram que a idalopirdine não deve ser usada para o tratamento da doença de Alzheimer”, conclui a equipa de cientistas, que inclui Alireza Atri, do centro médico California Pacific em São Francisco.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 36 milhões de pessoas sofrem demência em todo o mundo, a maioria com doença de Alzheimer. As previsão apontam para que este número duplique até 2030 e triplique em 2050, chegando a 115,4 milhões.