O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta segunda-feira que o antigo presidente social-democrata Luís Marques Mendes “preenche em absoluto os requisitos” para o PSD “estar ao lado de uma candidatura ganhadora”, e recusou “fazer política com base nas sondagens”.
“Eu já tive a ocasião de dizer, ainda antes de haver candidatura, qual era o contexto em que o PSD iria tomar a sua decisão e tive até a ocasião de dizer […] que o Dr. Luís Marques Mendes preenche em absoluto os requisitos que nós estabelecemos para poder estar ao lado de uma candidatura ganhadora que dê ao país um horizonte nos próximos anos da magistratura presidencial que traga reforço da estabilidade política, reforço da cooperação institucional estratégica e serviço às portuguesas e aos portugueses.”
Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à chegada do primeiro retiro de líderes da União Europeia, dedicado ao tema da segurança e defesa, iniciativa criada para debates mais informais entre os chefes de Governo e de Estado europeus, o primeiro-ministro português recusou “fazer política e tomar decisões com base nas sondagens”, pois isso implicaria estar “ao sabor do vento que estas sondagens muitas vezes trazem”.
Sobre as sondagens, Montenegro disse que “sinceramente, acho que há uma coisa que nós podemos extrair como conclusão desses estudos, é que a eleição está em aberta”.
“Não há nenhuma candidatura daquelas que se perfila que esteja perto de obter a aprovação que garante metade dos votos mais um, ou seja, que haja um desfecho na primeira volta e só isso, numa eleição como esta, que é unipessoal, mantém tudo em aberto até ao fim”, adiantou Luís Montenegro.
“ESTABILIDADE E ÉTICA”
O antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes, afirmou, este domingo à noite, no seu último comentário na SIC, que, como candidato presidencial, terá como causas “ambição, estabilidade e ética”.
“Tomei esta decisão porque acho, depois da reflexão que fiz, depois de ouvir muita gente, que podia ser útil ao país. Foi sempre o critério que coloquei. E sobretudo há duas ou três preocupações que eu tenho: ambição, estabilidade e ética”, declarou Luís Marques Mendes sobre a decisão de se candidatar a Presidente da República.
O conselheiro de Estado despediu-se do seu espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC quatro dias antes da sessão de apresentação da sua candidatura às eleições presidenciais de 2026, que está marcada para quinta-feira, em Fafe.
Luís Marques Mendes, de 67 anos, advogado, irá fazer a apresentação da sua candidatura com quase um ano de antecedência, em 6 de Fevereiro – na véspera da data escolhida pelo anterior chefe de Estado Jorge Sampaio, que se apresentou como candidato em 7 de Fevereiro de 1995.
Refira-se que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já anunciou que tenciona marcar as presidenciais de 2026 para 25 de Janeiro, calhando uma eventual segunda volta em 15 de Fevereiro, três semanas depois.
Com SIC Notícias