O Grupo de Activistas em Tratamentos (GAT) propôs esta quarta-feira à Direcção-Geral da Saúde que aumente de cinco para dez milhões o número de preservativos distribuídos gratuitamente por ano e que sejam disponibilizados “sem barreiras” em locais estratégicos.
Na véspera de se assinalar o Dia Internacional do Preservativo, o GAT alerta para “a insuficiente distribuição gratuita de preservativos em Portugal”, da responsabilidade da DGS, através do Programa Nacional para a infecção VIH/SIDA.
Pelo sétimo ano consecutivo, o GAT mantém o compromisso em colaborar nesta data e “chamar a atenção para a importância que esta ferramenta de prevenção ainda tem nos dias de hoje na prevenção do VIH e de outras infecções sexualmente transmissíveis, disse à agência Lusa o director-executivo desta organização não-governamental, Ricardo Fernandes.
“Continuamos a apelar para a necessidade de termos um Plano Nacional de Prevenção do VIH e de Doenças Sexualmente Transmissíveis que inclua os meios que serão alocados, entre eles, uma estratégia de distribuição de preservativos masculinos e femininos em locais de fácil acesso”, mas também onde há dificuldades de acesso como nos hospitais públicos, nas escolas e nas prisões, adiantou.
Segundo Ricardo Fernandes, as prisões continuam a ser um local onde os preservativos não são distribuídos de uma forma sistemática, com algumas a alegarem questões de segurança para não o fazerem, assim como as escolas, onde continua a haver “grandes barreiras por parte de vários agentes” para a sua disponibilização.
“Mesmo nos centros de saúde, na maior parte dos casos, o preservativo só pode obtido através da ida a uma enfermeira”, afirmou, defendendo que este meio de prevenção deve estar disponível para que a pessoa o possa levar “sem qualquer intermediário”.
Enquanto isto não acontecer, “vai ser muito difícil” conseguir conter a epidemia, advertiu.
Para uma maior cobertura, o GAT propõe “uma duplicação dos cerca de cinco milhões de preservativos que são adquiridos actualmente, para os 10 milhões a nível nacional”, um pedido que já não é novo.
“Nós celebramos o Dia Internacional do Preservativo há sete anos e há sete anos que pedimos o aumento da distribuição de preservativos não só em quantidade, mas também nos locais estratégicos”, sublinhou.
O GAT vai assinalar a data, que acontece estrategicamente na véspera do Dia dos Namorados, com rastreio do VIH, hepatites virais e sífilis e com a distribuição de preservativos e material informativo na Praça da Portela, em Almada, cidade que em Outubro de 2019 subscreveu a iniciativa Fast-Track Cities – Almada sem Sida.
Redacção com TSF