Foi uma reunião de Câmara de Amares muito crispada. E o motivo voltou a ser a candidatura ao saneamento que o presidente da Câmara revelou que “já estava submetida”.
O último ponto da ordem de trabalhos era o estudo de viabilidade económica da candidatura formulada, um assunto pacífico. No entanto, a vereadora do Movimento Independente, Sara Leite, referiu que “falta saber aumentos de tarifários que irão ser pagos se a candidatura for aprovada”.
Ora, o vice-presidente da Câmara, Isidro Araújo, respondeu acusando a vereadora de estar a ser “falsa” e de “tentar arranjar argumentos para justificar o voto contra”. Sara Leite não gostou do teor da intervenção e pediu “educação” ao vice-presidente. Recorde-se que os vereadores do Movimento Independente, tal como o vereador socialista, se abstiveram nesta questão.
O presidente da Câmara pediu ao técnico camarário responsável pela candidatura que desse mais pormenores sobre a mesma. Depois de uma explicação detalhada sobre os procedimentos, o funcionário confirmou que terá que haver “um ajustamento de 0,5 para 0,9 na recuperação de custos”, o que implica aumentos no valor a pagar.
“Foi isto que sempre dissemos e que, agora é confirmado, pelo técnico”, reagiu Sara Leite. O presidente da Câmara ripostou: “não quer dizer que vamos fazer isso pelo lado da receita, podemos fazê-lo pelo lado da despesa”. Moreira afirmou ainda que “a qualidade de vida tem que se pagar e quem quiser qualidade de vida vai ter que a pagar”.
A discussão descambou para questões pessoais, insinuações e foi difícil ao presidente conseguir controlar o ambiente. Aliás, Jorge Tinoco, do PS, pediu ao presidente para “não deixar que as reuniões desçam a um nível nunca visto muito por culpa do sr. vice-presidente”, ‘incendiando’ ainda mais o ambiente.
“Não me faça falar sobre as suas publicações no Facebook”, reagiu Isidro Araújo. “O senhor anda no Facebook? Veja lá que ainda é, também, exonerado do cargo”.
Antes de terminar a reunião, Sandro Peixoto quis deixar vincada a posição do MIAP: “não somos contra o investimento mas, neste caso, não temos as cartas todas em cima da mesa para saber o que se vai passar no futuro. Daí sempre dizermos que sem saber quanto vai custar não passarmos cheques em branco”.
Discrepância no prazo médio de pagamentos
O Presidente da Câmara de Amares esclareceu, esta segunda-feira, em reunião de Câmara o aumento do prazo médio de pagamentos relatado no último relatório da Direcção Geral das Autarquias Locais.
Segundo o documento oficial, “o Município de Amares foi o que registou a pior evolução ao longo de 2015”, passando de 24 para 92 dias. O autarca explicou que “os compromissos assumidos com as IPSS’s não estavam a ser tomados em conta e em 2014 tivemos que os integrar nos nossos relatórios. A dívida que vai ser paga ao longo do ano tem que estar incluída nas contas e, no nosso caso, não estava”.
Este é para Manuel Moreira, o motivo para que tenha havido um aumento tão grande no prazo médio de pagamentos. “Se não tivéssemos posto este dinheiro no relatório, hoje, o prazo médio seria de 10 dias”.
Na reunião de Câmara ainda houve tempo para um minuto de silêncio pelo falecimento do Padre Janela e um louvor à selecção portuguesa pela conquista do Campeonato da Europa.
P.A.P. (CP 9420)