A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que as mulheres em trabalho de parto devem ter mais tempo para dar à luz, sofrer menos intervenções médicas e ter maior participação na tomada de decisões. Estes são três pontos de um conjunto de recomendações que a OMS emitiu sobre questões relativas ao momento do nascimento.
Segundo a OMS há medicamentos que são usados de forma inadequada para o ritmo de dilatação do colo do útero. Desde a década de 50, o ritmo de dilatação mais lento do que um centímetro por hora é considerado “anormal”, razão que levou o Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS a dizer que, nas últimas duas décadas, tem havido cada vez mais intervenções aplicadas de “forma desnecessária às mulheres”. Cesarianas e o uso de oxitocina (uma hormona sintética) para acelerar o trabalho de parto são práticas que estão a generalizar-se por todo o mundo.
A OMS pede a eliminação da referência ao centímetro por hora. Um limite melhor seria o de cinco centímetros de dilatação durante as primeiras 12 horas para uma mulher que vai dar à luz pela primeira vez e dez horas nos partos subsequentes. Durante esse processo, os sinais vitais da mãe e os batimentos cardíacos do bebé devem ser monitorizados.
As recomendações da OMS incluem a participação da mulher em todo o processo de tomada de decisão sobre o parto. Segundo a organização, as mulheres devem poder escolher a melhor posição para o parto e disporem de opções para o alívio da dor (a episiotomia, um corte feito na área genital externa da mulher para ampliar o canal de parto, não é recomendada como rotina médica).