O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, confirmou, esta quinta-feira, em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal Público, que parte da carga de um navio com bandeira portuguesa destina-se a uma fábrica de armamento em Israel.
De acordo com Rangel, a embarcação com pavilhão português transporta material explosivo e tem como destino final dois portos do Adriático, um em Montenegro e outro na Eslovénia. Aqui a carga é encaminhada para três fábricas de armamento, duas das quais se encontram na Europa, na Polónia e na Eslováquia (ambos países da Nato), ao passo que a terceira está instalada em Israel.
O chefe da diplomacia portuguesa explicou que fabricante de armamento israelita ficará com “metade do material”, mas “todas são empresas de fabrico de armamento”: “fabricam armamento – sobre isso não há dúvidas -, embora com uma cláusula que exclui as armas de destruição maciça”, ressalva o governante.
Recorde-se que no passado dia 12, a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros aprovou por unanimidade do ministro Paulo Rangel, a pedido do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português, sobre o mesmo navio. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros deve prestar esclarecimentos à Assembleia da República a 15 de Outubro.
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