Entre 2011-2021, o Norte reforçou a sua posição nos mercados internacionais, com as exportações a aumentarem 45,5%, num quadro marcado por várias crises internacionais, revela esta quarta-feira o Norte Estrutura.
A Norte Estrutura, uma publicação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), identifica as fileiras produtivas com maior presença no comércio internacional, o perfil tecnológico e a base territorial das exportações da região, ao longo da última década, avançando com “um contributo para a compreensão da evolução da economia do Norte”.
Ao nível da base territorial, as exportações continuam, refere o estudo, concentradas nos territórios de maior densidade.
Assim, em 2021, a Área Metropolitana do Porto era responsável por 50,2% das exportações do Norte, seguindo-se o Ave (18,4%), Cávado (11,9%), Alto Minho (8,2%) e Tâmega e Sousa (7,3%), com as NUTS III do interior (Terras de Trás-os-Montes, Alto Tâmega e Douro) a serem responsáveis por 4,1% do total das exportações.
De acordo com o documento, “o crescimento acentuado de exportações de produtos emergentes marcou um novo máximo de exportações, atingido em 2021, e o excedente de 3 188 milhões de euros da balança comercial de bens”.
Ao nível das fileiras mais relevantes a Norte, realce para o desempenho das exportações de têxtil e vestuário (4 384 milhões de euros), automóvel (4 252 milhões de euros), máquinas, aparelhos e material eléctrico (2 734 milhões de euros), metais comuns (2 433 milhões de euros) e produtos florestais (2 244 milhões de euros).
As fileiras com maior crescimento percentual foram as referentes a instrumentos de óptica, fotografia, de medida, de precisão e médico-cirúrgicos (+610,4%), plásticos (81,8%), metais comuns (+78,9%), máquinas, aparelhos e material eléctrico (62,9%) e produtos florestais (+61%).
Na análise do ritmo de especialização tecnológica, “embora as exportações do Norte se mantenham assentes numa diversidade de bens de baixa, média e de alta tecnologia”, observa-se “o aumento das exportações de bens de média e alta tecnologia, que evoluíram de 30,7% para 34,7%, entre 2011-2021”.
ESPANHA, CONTINUA MAIOR PARCEIRO
Ao mesmo tempo, as exportações de alta tecnologia cresceram 91,3%, neste período, comparativamente com os aumentos de 59,9% nas de média tecnologia e de 44,1% nas de baixa tecnologia.
O estudo realça ainda a relação positiva entre as indústrias mais sofisticadas e o aumento da produtividade, salários, bem-estar e qualidade de vida.
Os dez principais destinos das exportações nortenhas mantiveram-se estáveis ao longo da década, com Espanha a manter-se como principal parceiro comercial (26,0%), em 2021, seguida da França (16,3%), Alemanha (12,6%), EUA (5,9%), Reino Unido (5,6%), Países Baixos (4,3%), Itália (4,2%), Bélgica (2,1%), Suécia (1,4%), e Angola (1,3%).
O estudo da CCDR-NORTE conclui que o modelo de crescimento das exportações de bens do Norte, entre 2011-2021, “foi equilibrado e promoveu uma transição económica equitativa, que compatibilizou a dimensão social de salvaguarda de emprego menos qualificado, com uma dimensão competitiva capaz de criar emprego qualificado e promover a especialização tecnológica”.
Em termos prospectivos, o estudo afirma a importância das políticas públicas que a Norte definem “uma política industrial assente no conhecimento e na tecnologia e que incentivam a difusão de empresas de média e alta tecnologia”.
A Norte Estrutura é uma publicação da CCDR-NORTE vocacionada para a análise estrutural das tendências económicas de médio e longo prazo da Região do Norte.
Legenda: Porto de Viana do Castelo/Foto Mob Magazine