A região Norte vai contar, através do programa de fundos europeus Norte 2030, com cerca de 50 milhões de euros dedicados ao sector da Cultura, segundo o Plano de Acção Regional publicado esta sexta-feira.
“São os valores possíveis neste momento. São valores de referência, poderão ou não ser reforçados, depende muito da dinâmica que o programa tenha”, disse esta sexta-feira o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, na apresentação feita na Quinta de São Gense, em Matosinhos.
Para o presidente da entidade que gere o programa Norte 2030, “o que é importante é que estes valores sejam executados”, pois assim “poderá haver alguma hipótese de serem reforçados”, algo que não acontecerá se “demorarem muito tempo a serem executados” e se “a procura e a capacidade de execução for limitada”.
António Cunha detalhou que há 27 milhões de euros para iniciativas âncora regionais (Rotas do Norte) na Cultura, 10 milhões de euros para a Rede Regional de Museus de Identidade Territorial e três milhões de euros tanto para iniciativas âncora regionais de produtos turísticos como para o equipamento e reequipamento de infra-estruturas culturais.
Há ainda dois milhões de euros previstos para o reforço e promoção do Sistema Regional de Cultura e três milhões de euros, divididos por três, para a Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025, para a certificação e valorização do artesanato local e regional e para a salvaguarda e valorização de património cultural imaterial.
Segundo o vice-presidente da CCDR-N para a Cultura, Jorge Sobrado, o Plano de Acção Regional para o sector está dividido em três programas: Norte Patrimonial, Norte Cultural e Norte Criativo.
“É verdade que eles são fronteiras que não fazem muito sentido, na verdade, porque o patrimonial é cultural, o criativo deve actuar também sobre a dimensão do património”, reconheceu, mas o esquema serviu para organizar “um conjunto de medidas” divididas em cinco apostas estruturantes, de entre um total de 20 medidas.
A selecção de cinco “especialmente transformadoras” são as rotas culturais, os centros de criação, a rede de polos arqueológicos, os museus de identidade territorial e “uma aposta especialmente estruturante e cuidada, distinta” no cinema e audiovisual.
“Há 16 anos que a região Norte não dispunha de um referencial de acção, de um diagnóstico prospectivo e de um plano operativo para orientar investimentos com um sentido estruturante, estratégico, nos sectores do património e da cultura. Essa conquista está feita”, salientou Jorge Sobrado.