O Norte de Portugal e a junta de Castela e Leão, em Espanha, estão a “aprofundar a capacidade conjunta de resposta” a emergências na zona transfronteiriça ao abrigo do projecto ‘Atempo’, financiado pela União Europeia com 4,8 milhões de euros.
Em declarações aos jornalistas, à margem da primeira reunião de trabalho das várias entidades que integram aquele projecto, a directora de Desenvolvimento Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte (CCDR-N), Raquel Meira, citada pela Lusa, explicou que o objectivo é “proporcionar o intercâmbio” de serviços de emergência de forma a melhor servir as populações.
O projecto ‘Atempo’, que integra do lado português a CCDR-N, o INEM, a GNR, a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho e do lado espanhol a Agência Galega de Emergência (Axega), a Junta de Castela e Leão, e a Universidade da Catalunha, tem em conta “novas realidades” como o recurso à Inteligência Artificial (IA) para prevenir catástrofes e as consequências das alterações climáticas e vai beneficiar directamente uma população de mais de 60 mil pessoas.
Segundo a informação disponibilizada, o projecto ‘Atempo’ pretende “promover a adaptação às alterações climáticas, a prevenção dos riscos de catástrofes e a resiliência, tendo em conta as abordagens ecossistémicas” e “continuar a melhorar a capacidade de resposta das unidades de emergência transfronteiriças a acontecimentos adversos, em especial os relacionados com as alterações climáticas”.
AUMENTAR EFICÁCIA
Um dos objectivos do ‘Atempo’ é “aumentar a eficácia e a eficiência da capacidade conjunta de resposta às emergências transfronteiriças” através de uma “utilização aplicada e racional da IA e das inovações tecnológicas para dar respostas rápidas ao comportamento dos incêndios e/ou inundações, como principais catástrofes provocadas pelas alterações climáticas, mas também aos acidentes decorrentes de riscos tecnológicos”.
O projecto, lê-se, assenta em duas ideias: “Adequação do tempo de resposta para a protecção das populações e ecossistemas” a “aumentar a eficácia e a eficiência da capacidade conjunta transfronteiriça de resposta a emergências através da utilização aplicada e racional da IA e das inovações tecnológicas”.
“É uma longa história que começou há alguns anos e tem por objectivo proporcionar o intercâmbio entre a protecção civil, desde a protecção aos incêndios à emergência médica transfronteiriça”, apontou Raquel Meira, explicando que “muitas vezes está mais perto da população o serviço de emergência do pais oposto”.
Para o responsável da Axega, Santiago Villanueva, a “ideia chave” é perceber que a emergência “não tem fronteiras”.
“[O projecto] vai permitir continuar a apostar na emergência de forma conjunta, desde equipamentos, infra-estruturas, ordenação, coordenação e integra uma nova modalidade que é a da Inteligência artificial”, salientou.