O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), disse esta quinta-feira que a região nunca pode estar “descansada e sossegada” quanto à concretização da alta velocidade ferroviária, mas saudou o Governo pelas decisões tomadas.
“Este é um assunto onde nunca podemos estar descansados e sossegados, porque todos percebemos a permanente, constante determinação que tem de existir por parte de todos os envolvidos”, disse hoje António Cunha à Lusa, sobre os projectos da alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Vigo.
O presidente da CCDR-N respondia à Lusa acerca da aprovação, pelo Governo, na terça-feira, da construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, decidindo também pela conclusão dos estudos para a construção da Terceira Travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid.
António Cunha classificou as decisões como “boas notícias”, esperando que o sejam “para todo o país”, já que as mesmas foram “complementadas com intervenções aos ‘media’ do senhor ministro [das Infra-Estruturas e Habitação] Pinto Luz dizendo que o calendário da linha de alta velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo não era alterado”.
“Não podemos ter outra posição que não seja aplaudir aquilo que foi anunciado e, como não podia deixar de ser, damos por boas as palavras do senhor ministro, e acreditamos que esse projecto não vai ter o seu nível de prioridade alterado”, disse esta quinta-feira António Cunha.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, garantiu que houve consenso com o seu homólogo espanhol, José Manuel Albares, em relação às ligações de comboio de alta velocidade e ao “mesmo grau de prioridade” que deve ter a linha entre Madrid e Lisboa e entre Lisboa, Porto e Vigo, na Galiza.
Questionado sobre se a perspectiva a médio e longo prazo relativamente ao projecto não suscita preocupações, o líder regional reconheceu que “estes grandes projectos têm sempre circunstâncias” e “em Portugal tem sido muito tradicional trabalhar com prazos deslizantes, porque cada projecto em si tem esta ou aquela dificuldade orçamental”.
O presidente da CCDR-N ressalvou o “quadro de evolução positiva” dos projectos da alta velocidade a Norte, dando relembrando que há um ou dois anos não havia soluções para questões como a saída sul de Vigo rumo a Portugal, “que neste momento já está a ser estudada e a ser trabalhada”.
António Cunha disse ainda que esteve recentemente numa reunião técnica com responsáveis da Infra-Estruturas de Portugal sobre os “efeitos da alta velocidade no turismo”, para “tentar projectar, planear e perceber com as autoridades responsáveis impactos que resultem desses investimentos”.
“Foram reiteradas as metas que têm sido anunciadas, quer para a ligação Lisboa – Porto, quer para a ligação Porto – Vigo”, revelou.
Com MadreMedia