A Noruega acusou esta terça-feira a Federação Russa de promover o ataque informático ao seu parlamento, no passado Verão, com os autores a introduzirem-se no correio electrónico dos deputados, acusação que a embaixada russa considerou uma “grave provocação”.
Em 1 de Setembro, o Storting, o parlamento norueguês de câmara única, tinha anunciado que fora alvo de um “vasto” ataque informático, sem detalhar a origem. Informação “de um pequeno número de deputados e empregados” tinham sido descarregada, acrescentou então.
“Com base em informações na posse do Governo, estimamos que a Rússia está por trás dessa actividade”, declarou esta terça-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros, Ine Eriksen Søreide.
Em comunicado, a governante norueguesa avançou, sem avançar detalhes: “É um episódio sério que afecta a nossa instituição democrática mais importante”.
RUSSIA RECUSA ACUSAÇÃO
“Não foi apresentada qualquer prova. Consideramos essas acusações contra o nosso país como inaceitáveis. Consideramos isso como uma grave provocação deliberada, destruidora das relações bilaterais”, adiantou a representação diplomática russa na sua página na rede social Facebook.
No seu relatório anual de avaliação de riscos, publicado no início de Fevereiro, os serviços de informações internas noruegueses (PST, na sigla em norueguês) alertavam para operações “na rede informática” que constituíam, na sua opinião, “uma ameaça persistente e de longo prazo para a Noruega”.
O PST costuma mencionar a Federação Russa à cabeça das ameaças em assuntos de espionagem, bem como China e Irão.
Em 2018, a Noruega, que integra a NATO, deteve um russo suspeito de ter obtido informações sobre a rede de dados do parlamento, mas libertou-o menos de um mês depois, por falta de provas.
Em Agosto, Oslo expulsou um diplomata russo que tinha sido surpreendido num restaurante na companhia de um norueguês suspeito de espionagem em benefício da Federação Russa. Moscovo retaliou e expulsou um diplomata norueguês.
Os dois Estados, que partilham uma fronteira no Ártico, têm mantido boas relações, mas estas agravaram-se desde a ocupação da Crimeia pela Federação Russa em 2014.