Nova Iorque e Los Angeles, “cidades-santuário” dos Estados Unidos, prometeram esta quarta-feira resistir a Donald Trump e continuar a proteger os imigrantes em situação ilegal.
“Vamos proteger todas as pessoas sem importar de onde vem e sem importar o seu status migratório”, disse o mayor (presidente de Câmara) de Nova Iorque, Bill de Blasio, em conferência de imprensa relâmpago depois dos decretos assinados pelo presidente Donald Trump contra os imigrantes ilegais e as cidades que lhes dão acolhimento.
A decisão de Trump de cortar fundos federais destinados à polícia das cerca de 300 ‘cidades santuário’ vai apenas torná-las menos seguras, acrescentou Bill de Blasio.
Um conjunto de grandes metrópoles americanas que reconhece a contribuição dos imigrantes no país, assim como condados e estados inteiros como Nova Iorque e Califórnia, reivindicam o estatuto de “santuário”. O nome remonta à década de 1980, quando muitas igrejas acolheram refugiados das guerras civis da América Central que não conseguiram asilo. Em comum, têm o facto de “se negarem a cooperar com as autoridades migratórias”, explica o jurista e director da Clínica de Imigração da Universidade de Nevada, Michael Kagan.
Algumas cidades, entre elas Nova Iorque, Filadélfia, Chicago, ou São Francisco, recusam-se mesmo “a qualquer troca de informação” com as autoridades migratórias, relata a directora de Estudos de Política, Jessica Vaughan, do conservador Center for Immigration Studies.
“Separar as famílias e cortar o financiamento para qualquer cidade – especialmente para Los Angeles, por onde entram 40% das mercadorias americanas e em cujo aeroporto viajaram no ano passado mais de 80 milhões de passageiros – põe a segurança pessoal e a saúde económica de toda a nossa nação em risco”, advertiu, por seu lado, o mayor de Los Angeles, Eric Garcetti, num comunicado.
Garcetti garantiu que a sua cidade continuará a ser tolerante e dará as boas-vindas a todas as pessoas “sem importar o que aconteça em Washington, DC”.
Num comunicado conjunto, os mayors de outras quatro cidades californianas – São Francisco, Oakland, San José e Berkeley – também denunciaram o decreto de Trump.
“Não cederemos perante as ameaças, ou a grandiloquência política. Em conjunto, a Área da Baía continuará a ser fiel aos valores de inclusão, compaixão e igualdade, unida contra quaisquer e todos os esforços para dividir os nossos residentes, as nossas cidades e o nosso país”, disse o mayor de São Francisco, Ed Lee.
Trump critica as “cidades santuário” e diz que colaboram para que imigrantes perigosos permaneçam no país e cometam graves crimes. De Blasio e Garcetti, ambos membros do Partido Democrata, garantem que a polícia das suas cidades coopera regularmente com os serviços migratórios no caso de estrangeiros em situação clandestina que tenham cometido crimes graves.
FG (CP 1200) com Sapo24