Portugal é o país da União Europeia (UE) onde nos últimos quinze anos se registou a maior queda no número de nascimentos. Segundo dados do Eurostat, as mulheres têm cada vez menos filhos e escolhem fazê-lo cada vez mais tarde. Em 2015, terão nascido 85.500 bebés no país, menos 24,2% em comparação com 2001.
O relatório da Eurostat publicado esta quarta-feira traz outras más notícias no que respeita à natalidade. O país lidera a lista de países em que o número de nascimentos mais retraiu em quinze anos, com uma larga margem de diferença. Em 2001 terão nascido 112.774 bebés, enquanto em 2015 o número caiu para os 85.500 (-24,2%).
A Holanda é o segundo país europeu com a maior queda (-15,8%), de 202.603 para os 170.510. Seguem-se a Dinamarca (-11,1%), Roménia (-10,4%) e Grécia (-10,2%).
Do lado oposto da tabela, dentro dos países onde nos últimos quinze anos se contabilizou um maior número de nascimentos, parece a Suécia. No país nórdico verificou-se uma subida de 25,6%, de 91.466 para os 114.870 nascimentos. A República Checa (+22,1) e a Eslovénia (+18,1%) encerram o top 3 do conjunto de países com maiores resultados.
À parte do crescimento percentual, a França foi o Estado-membro onde nascem mais crianças em 2015 (799.700) e aquele que esteve mais perto de atingir a taxa de fertilidade de 2,1 filhos por mulher recomendada para a renovação da população.
Em contrapartida, Portugal mantém-se aquém do que seria esperado. A taxa de fertilidade portuguesa em 2015 foi a mais baixa da União Europeia: 1,31.
O país fica também acima da média de idade em que as mulheres têm o seu primeiro filho, que é de 28,9 anos na UE. Em média as portuguesas dão à luz pela primeira vez com 30 anos (29,5 em média).
Apesar dos valores pouco animadores para Portugal, no conjunto de países a tendência de queda no número de nascimentos inverteu-se, tendo aumentado pelo segundo ano consecutivo.
Fonte: Jornal Económico