Nuno Melo recorreu esta terça-feira às redes sociais para anunciar que admite ser candidato à sucessão de Francisco Rodrigues dos Santos na liderança do CDS-PP. Pela primeira vez em 47 anos, o partido ficou arredado do Parlamento nas eleições legislativas.
O eurodeputado anunciou esta terça-feira, através do Facebook, que será candidato caso consiga garantir as condições institucionais para “um caminho novo, unificador”, assegurando que não irá abandonar o partido “no momento mais difícil da sua história”.
Na publicação, o líder da Distrital de Braga, classifica o resultado alcançado nas legislativas como “trágico”, mas que “não pode ser encarado como o fim do partido”, mas antes como “a oportunidade para um recomeço”.
“O CDS está ferido, mas não de morte”, afirma Nuno Melo, lembrando a presença do partido a nível autárquico e a participação nos governos regionais dos Açores e da Madeira.
“Uma coisa quero garantir: no que de mim depender, o CDS não acaba aqui. Farei um conjunto de contactos para confirmar que há condições institucionais e práticas para que o CDS possa começar um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador”, escreveu Nuno Melo.
De recordar que o actual líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou a demissão no domingo à noite, depois de conhecidos os resultados das eleições legislativas. Foi o pior desfecho de sempre para o CDS-PP, que pela primeira vez fica afastado da Assembleia da República, não tendo conseguido garantir a eleição de qualquer deputado.
Nuno Melo já tinha, de resto, anunciado que iria disputar a liderança do partido num congresso que chegou a estar agendado para Novembro, mas acabou por ser cancelado pela direcção do partido, o que motivou enorme contestação dentro do CDS-PP.
“Tinha advertido que o cancelamento de um congresso já agendado, com candidatos anunciados, a 24 horas da eleição de delegados, a par da suspensão do tribunal do partido, impedindo-o de dirimir conflitos, seriam erros graves que desmobilizariam o CDS e afastariam o eleitorado (…). Embora o resultado agora obtido confirme inteiramente os meus alertas, não tenciono concentrar-me em ajustes de contas com o passado”, sublinha Nuno Melo.
Nos últimos meses, vários membros históricos e antigos dirigentes desfiliaram-se do partido, incluindo o ex-ministro da Economia, António Pires de Lima, e o ex-deputado Adolfo Mesquita Nunes.
Redacção com RTP