O ministro da Defesa Nacional afirmou que existem investidores nacionais interessados na nova fábrica de munições que o Governo pretende instalar, defendendo um modelo de investimento privado com uma participação pública minoritária, ainda em estudo.
“Se perguntar em relação às fábricas de munições, o que eu desejo, o meu modelo preferencial, passa por um investimento que é privado, potencialmente externo, mas não necessariamente externo – há também investidores nacionais interessados -, com uma participação do Estado que também estará no modelo da gestão gerando postos de trabalho em Portugal e sempre que possível altamente tecnológicos, porque esse é o futuro”, defendeu o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, em entrevista à Lusa.
Em causa está a construção de uma nova fábrica de munições em Portugal, anunciada pelo ministro em Junho, no parlamento, e cujo modelo de negócio e localização ainda estão a ser estudados pelo Governo PSD/CDS-PP.
Nuno Melo disse que o objectivo é que esta nova fábrica esteja a operar “tão breve quanto possível”, falando num “investimento de curto prazo”, a concretizar “no tempo desta legislatura”.
O ministro de Famalicão, que ressalvou que esta não pode ser uma decisão precipitada, salientou as vantagens de um projecto pensado “com base no lucro e nas necessidades de produção que tenham potencial exportador e que sirvam também às Forças Armadas”.
FÁBRICA EM ALCOCHETE
A este propósito, elogiou o exemplo da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, que foi privatizada em 2005 pelo Governo PSD/CDS-PP, quando Paulo Portas era ministro da Defesa, com o Estado a ficar com 35% através da idD Portugal Defence.
Quanto à localização da futura fábrica de munições, Nuno Melo disse que Alcochete já tem infra-estrutura que pode ser aproveitada.
A este propósito, Nuno Melo considerou que anteriores Governos “fizeram pouco” na área da ligação entre a Defesa Nacional e a economia: “Foi tão pouco o que se fez no passado que, de facto, as oportunidades em relação ao futuro são imensas” para a iniciativa privada, disse.
Sobre a situação no Arsenal do Alfeite, que se encontra tecnicamente falido, Melo reiterou que “nenhuma Marinha de guerra existe sem um arsenal” e sublinhou que a preocupação principal do executivo minoritário é assegurar os postos de trabalho, “mas também dar eficácia a um arsenal para que possa cumprir prazos e que seja competitivo no mercado”.
Questionado sobre uma eventual privatização, Nuno Melo respondeu que “nada está excluído e nada está decidido” e acrescentou que já pediu à nova administração, nomeada em Julho, um plano urgente sobre a situação do estaleiro e que com base nesse documento o poder político tomará uma decisão.
com DN