Nuno Peres, professor catedrático da Escola de Ciências da Universidade do Minho (UMinho), é o cientista radicado em Portugal cujas publicações científicas têm mais impacto mundial. A confirmação é dada pela lista ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2015, que inclui três mil cientistas de todo o mundo.
O trabalho de Nuno Peres é, assim, valorizado mundialmente e confirma que a estratégia da UMinho, em particular a do Departamento e a do Centro de Física, os quais intensificaram esforços em investigação e visibilidade internacional, tem sido bem-sucedida.
Os artigos de Nuno Peres têm 16.165 citações, seguindo-se os de Mário Figueiredo (Universidade de Lisboa) com 5795, os de Isabel Ferreira (Instituto Politécnico de Bragança), os de José Bioucas-Dias (Universidade de Lisboa) e os de Delfim Torres (Universidade de Aveiro) com 1901 citações. A lista inclui ainda o biólogo Miguel Araújo, com 15.489 citações, que, não estando radicado em Portugal, mantém uma ligação ao Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade de Évora.
A lista é elaborada pelo Institute for Scientific Information e a presença de investigadores nacionais tem muita relevância, pois é um indicador da qualidade e impacto internacional da ciência feita em Portugal e constitui um dos critérios usados para realizar rankings de instituições de ensino superior.
Nuno Peres é o primeiro físico português a dedicar-se, desde 2004, à investigação do grafeno, a forma bidimensional do carbono com potenciais aplicações na electrónica, na fotónica, nos materiais compósitos, nos sensores e nas ciências da vida.
O cientista de 48 anos, natural de Arganil, Coimbra, é coautor do artigo de revisão mais citado sobre física do grafeno, editado pelo jornal “Reviews of Modern Physics”, publicado pela Sociedade Americana de Física, e já colaborou várias vezes com os ‘Nobel do grafeno’ Andre Geim e Konstantin Novoselov (ambos da Universidade de Manchester).
É coordenador do único projecto nacional do Graphene Flagship, um dos dois maiores programas científicos europeus em curso, com 500 milhões de euros de investimento. Já venceu os prémios Gulbenkian Ciência, Seeds of Science e Mérito à Investigação da Universidade do Minho. É membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Física. Foi professor visitante em Turku (Finlândia), Boston (EUA), Dresden (Alemanha) e Singapura.