A obstrução de um colector provocou descarga no Rio Este, um acto deliberado que motivou participação criminal da Agere contra terceiros. A GNR já identificou a origem de descarga poluente participou o caso ao Ministério Público.
A empresa municipal de Braga Agere emitiu um comunicado no qual diz que foi confrontada esta quinta-feira, com a obstrução do colector de saneamento de águas residuais na avenida de São Bento, em Este S. Pedro, situação que provocou uma descarga de águas residuais no Rio Este.
“A situação foi confirmada pelos serviços da Agere que verificaram que a obstrução resultou de despejos deliberados nesta conduta de grande dimensão, de materiais de obras de construção e resíduos de vacarias, provocando deste modo o retorno do efluente e originando o transbordo do mesmo para a linha de água”, afirma a administração, liderada por Rui Morais.
E, onde se lê, ainda: “A Agere não deixa de estranhar que a mesma situação já foi verificada há quatro anos em igual período pré-eleitoral e nesta mesma zona. Desde então, a Agere não registou qualquer ocorrência de obstrução deste colector, tendo inclusive efectuado a manutenção anual desta conduta no passado dia 17 de Agosto, não tendo sido detectado algum indício que pudesse originar qualquer obstrução”.
6 MIL LITROS DE ENTULHO
A repetição deste acto criminoso, resultou na obstrução de uma caixa de 6 metros de altura, com acumulação equivalente de cerca de 6 mil litros de entulho. Sem intervenção deliberada e criminosa, esta situação nunca seria passível de se verificar. A AGERE mobilizou imediatamente todos os meios de escoamento e de limpeza para minimizar o impacto deste acto. No terreno estiveram a AGERE, Protecção Civil e SEPNA, que mobilizaram dois veículos desobstrutores, três veículos de apoio e 10 operacionais.
No terreno não se identificou o possível autor desta acção e a AGERE irá efectuar uma participação criminal contra terceiros.
Neste momento o escoamento do efluente encontra-se normalizado. A Agere vem efectuando a manutenção da rede saneamento, através da sua inspecção diária, vídeo e visual, num total de mais de 1.000 quilómetros de extensão, 27.206 mil caixas de visita e 42.289 mil ramais.
ORIGEM IDENTIFICADA
Entretanto, a GNR identificou a origem de uma descarga poluente detectada na quarta-feira no rio Este, em Braga, e já participou o caso ao Ministério Público, disse fonte daquela força.
A fonte avançou à Lusa que a origem foi identificada esta quinta-feira por elementos do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA).
“A fonte de contaminação foi identificada e os autos encaminhados para o Ministério Público”, acrescentou.
A GNR escusou-se, no entanto, a revelar a origem da descarga.
Esta quinta-feira a Associação Amigos do Rio Este deu conta da “água muita escura” que corria no rio Este junto à zona pedonal em Santa Tecla, na cidade de Braga.
“Era uma água muito escura, um castanho carregado ou mesmo preto”, disse Tiago Tavares, daquela associação.
Acrescentou que as descargas poluentes no rio Este “são recorrentes” e apelou à intensificação da fiscalização, “para bem da biodiversidade” ali existente.
Luís Moreira (CP 7839 A)