Governo mostra disponibilidade para continuar negociações durante as próximas semanas e sublinha as “muitas aproximações” às reivindicações dos parceiros à esquerda. Também bancada socialista reconhece que há “pontos que precisam de ser melhorados”.
A entrega do Orçamento do Estado na Assembleia da República não é o fim de nada, pelo contrário. Na guerra comunicacional que decorre no espaço público sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, Duarte Cordeiro deixou clara a estratégia: há “disponibilidade total” do governo para continuar a negociar à esquerda.
Depois de o Bloco de Esquerda ter dado o tiro de partida logo pela manhã desta segunda-feira com a ameaça de chumbo do Orçamento, o espaço mediático tornou-se numa batalha entre bloquistas e governo, sendo que, do lado do Executivo, recordam-se avanços alcançados e nota-se que para o fim do processo ainda faltam muitos dias.
Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, chegou aos passos perdidos da Assembleia da República para colocar tudo em pratos limpos.
“Obviamente não fechamos porta nenhuma, continuamos totalmente disponíveis para negociar com os vários partidos daqui em diante, como temos feito até agora. Da nossa parte, a disponibilidade continua a ser total e quero sinalizar que temos tido um enorme cuidado e já fizemos muitas aproximações. Mas continuamos disponíveis para conversar com os vários partidos como fizemos nos anos anteriores”, sublinha.
O governante vai mais longe e lembra que em fase de entrega da proposta na generalidade, o governo “foi em muitos domínios muito para além do que foi em anos anteriores”.
Sem querer falar numa eventual crise política, Duarte Cordeiro diz acreditar que o Orçamento vai ser viabilizado e que os partidos têm capacidade para se entender.
Antes de Duarte Cordeiro, também da bancada socialista chegaram notas importantes para serenar a esquerda. João Paulo Correia, um dos vice-presidentes do grupo parlamentar do PS, reconheceu que há pontos que podem merecer uma atenção especial até ao dia da votação em plenário.
“Acredito que haja em cima da mesa alguns pontos que precisam de ser melhorados, mas há um caminho pela frente até ao dia 28 de Outubro. Do nosso ponto de vista, o governo está a fazer bem o seu trabalho, as notícias que tem vindo a público sobre as novas medidas, os tais avanços, darão a compreender a qualquer cidadão e empresa que é um esforço enorme por parte do governo”, nota João Paulo Correia.
“O Partido Socialista escolheu o PCP e o Bloco para negociar este Orçamento. Acreditamos que será viabilizado pelos dois, cabe-nos recordar e salientar aqueles que são, do nosso ponto de vista, os grandes avanços que este Orçamento traz para o ano 2021. Não só não deixa cair nenhuma medida dos anos anteriores em matéria de apoio aos rendimentos das famílias e empresas, como também traz avanços significativos, como os exemplos que dei há pouco”, acrescentou o vice-presidente da bancada socialista.
Redacção com TSF