A PJ desmantelou uma rede criminosa que abastecia, de forma contínua, laboratórios de droga, no Norte e Centro de Portugal Continental, assim como na zona de Lisboa e Vale do Tejo.
Num comunicado, esta segunda-feira, os inspectores revelaram no âmbito da operação Bola de Neve que foram detidas nove pessoas no âmbito da operação, intitulada Bola de Neve, desencadeada em Vila Nova de Famalicão, Matosinhos, Maia, Paredes, Leiria, Óbidos, Caldas da Rainha, Alfeizerão, Coruche e Azeitão.
Ao todo, foram apreendidos cerca de 830 kg de pasta de coca em armazéns localizados nos concelhos de Alcobaça e Pombal, centenas de litros de químicos, benzinas, ácidos, precursores e outros, bem como toda uma estrutura apta a transformar pasta de coca em cloridrato de cocaína.
A operação permitiu, ainda, a apreensão de cerca de 31.500 euros em dinheiro, documentação diversa, 12 viaturas, dois empilhadores e um monta-cargas, material de corte e transformação, aparelhos de comunicação, aparelhos e dispositivos electrónicos, nomeadamente utilizáveis em contra vigilâncias, armas de fogo e munições, bem como a apreensão de outros activos económicos e financeiros.
Além do crime de tráfico de estupefacientes agravado, os suspeitos estão acusados também de “associação criminosa, branqueamento de capitais, resistência e coacção sobre funcionário e condução perigosa de veículo rodoviário”.
DROGA EM COCOS
A investigação da PJ, que decorria desde o início do ano, permitiu recolher provas de que a célula actuava a partir do norte de Portugal.
De acordo com a nota da PJ, o grupo organizado, de cariz internacional, “procedia à aquisição de elevadas quantidades de produtos químicos e precursores, tendo em vista o abastecimento de diferentes laboratórios artesanais”.
Os suspeitos importavam assim “cocaína-base” através de “empresas de fachada, devida e legalmente constituídas, a partir de um país da América do Sul”.
A droga vinha dissimulada, segundo a PJ, no interior de cocos, e era depois, extraída e transformada em cloridrato de cocaína, em laboratórios artesanais montados para o efeito. Posteriormente, era expedida para países europeus por via rodoviária.
Os detidos já foram, entretanto, presentes à autoridade judiciária para primeiro interrogatório judicial, tendo-lhes sido aplicada a medida de coacção de prisão preventiva.