José Sócrates vai mesmo ser acusado de corrupção no âmbito da Operação Marquês. A Procuradoria Geral da República (PGR) confirma um novo inquérito ao ex-primeiro ministro já na segunda-feira
“Confirma-se, igualmente, a realização, ontem [sexta-feira], do interrogatório de Carlos Santos Silva. E estão, ainda, previstos interrogatórios de outros arguidos no decurso da próxima semana”, acrescenta a PGR.
“Ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal, confirma-se a realização do interrogatório de José Sócrates, na próxima segunda-feira à tarde”, diz a PGR ao Jornal Económico.
“Confirma-se, igualmente, a realização, ontem, do interrogatório de Carlos Santos Silva. E estão, ainda, previstos interrogatórios de outros arguidos no decurso da próxima semana”, acrescenta a PGR.
A notícia do inquérito a Sócrates no âmbito da Operação Marquês faz manchete do jornal Expresso deste sábado. O jornal avança que Sócrates será confrontado no próximo inquérito com os novos indícios recolhidos recentemente, relacionados com a OPA (Oferta Pública de Aquisição) fracassada da Sonaecom à Portugal Telecom em 2005/2006 e com a venda e a compra em 2010 das operadoras telefónicas brasileiras Vivo e Oi, respetivamente.
Esta é a terceira vez que José Sócrates é interrogado pelo Ministério Público.
O antigo líder do PS está indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, numa investigação que conta, até ao momento, com 25 arguidos – 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena – estando a decisão do Ministério Público de acusar ou arquivar o processo prevista para 17 de Março, prazo que será cumprido segundo as fontes do Jornal Ecónómico.
Entre os arguidos da Operação Marquês estão o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista Armando Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.