Dirigida por uma maestrina de origem brasileira e formada apenas por alunas de escolas públicas do Rio de Janeiro, a Orquestra Sinfónica Juvenil Chiquinha Gonzaga vem Braga no início do próximo mês de Novembro, para um concerto e intercâmbio cultural.
O espectáculo insere-se numa digressão que a Orquestra faz pela Europa, no âmbito da temática dos 200 anos da Independência do Brasil. Para além de Braga, as jovens com idades entre os 9 e os 17 anos, irão actuar ainda em Lisboa e Madrid.
O concerto com entrada livre acontece no dia 3 de Novembro, pelas 21h00, no Espaço Vita. Nesse mesmo dia, pelas 14h30, a Orquestra será recebida pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio. A acompanhar a comitiva estará a secretária de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Christian Ribeiro Barros, e empresárias da área da Cultura.
A cidade de Braga assume um lugar especial na digressão do grupo de origem brasileira, tendo em conta que a actual maestrina da Orquestra Sinfónica Juvenil Chiquinha Gonzaga é Priscila Bomfim, nascida em Braga e também pianista.
A maestrina tem uma trajectória premiada, além de ter sido a primeira mulher a reger óperas da temporada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Os seus pais, Stela e Oswaldo Bomfim, realizaram entre os anos de 1973 e 1984 um trabalho de solidariedade social junto de crianças, jovens e adultos bracarenses e como consequência, existem hoje a Fundação e o Conservatório Bomfim.
Nesse sentido, o programa da digressão inclui um intercâmbio cultural com jovens alunos do Conservatório Bomfim, que participam no espectáculo musical, no Espaço Vita, bem como, visitas ao Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga e ao Departamento de Música da Universidade do Minho.
Para além da premiada maestrina de origens bracarenses, o concerto de encerramento da etapa bracarense da digressão conta ainda com a participação especial da soprano Carla Caramujo, solista portuguesa que possui carreira internacional.
No concerto, a orquestra juvenil apresenta um panorama diverso da música brasileira, incluindo compositores clássicos, como Carlos Gomes e Heitor Villa-Lobos, e populares, como Milton Nascimento, Luiz Gonzaga e Tom Jobim. Destaca-se ainda, nesta celebração musical, a obra de Chiquinha Gonzaga, regente que dá nome à Orquestra, uma pianista e compositora pioneira na música brasileira no início do século XX.
A juntar a este intercâmbio musical entre os jovens instrumentistas, as alunas originárias do Rio de Janeiro terão a oportunidade de conhecer um pouco da história dos locais por onde tocarão, através de experiências culturais e visitas a pontos de interesse, como forma de incentivar o vínculo das instrumentistas com as culturas locais. Trata-se do início de uma relação que vislumbra o desenvolvimento de outras parcerias futuras.
A ORQUESTRA
Com o intuito de ampliar a representatividade e a diversidade das instrumentistas femininas, a Orquestra Sinfónica Juvenil Chiquinha Gonzaga nasce em 2021, formada exclusivamente por meninas – crianças e jovens, alunas da rede pública de ensino do Rio de Janeiro.
Sob a batuta da regente Priscila Bomfim, o grupo completo possui 45 elementos e estreou em Junho de 2021, num concerto com participação especial da cantora Elba Ramalho.
Desde então, a Orquestra já passou por palcos como Teatro Imperator, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Casa França-Brasil, entre outros locais.
Com um repertório que inclui obras nacionais e internacionais, o grupo simboliza a luta feminina e incentiva a reflexão sobre questões de equidade de género.