Há famílias de Braga e de Vila Verde que ponderam tirar o filho da escola profissional por causa dos atrasos governamentais no pagamento de bolsas. Como é o caso da Escola Europeia de Braga. Ao que o PressMinho soube, os pais dizem não ter dinheiro para lhes custear almoços, transporte e despesas pedagógicas.
O problema aconteceu no início de 2015 e repete-se com o novo Governo. A maioria das 170 escolas profissionais privadas do país espera, desde setembro, que o Ministério da Educação lhes pague as verbas protocoladas. Há alunos sem bolsa a pensar desistir, salários e pagamentos em atraso. Mas o Governo diz que regulariza tudo até ao fim do mês.
“Os pagamentos às escolas privadas, incluindo a Escola Europeia de Braga, estão na sua maioria regularizados, estando a decorrer apenas o processamento dos pedidos de reembolso de despesa submetidos mais recentemente. O Ministério da Educação conta cumprir com o compromisso assumido de regularizar todas as situações com as Escolas Profissionais no final deste trimestre”, afirma o Gabinete de Imprensa.
Mas a realidade é um pouco diferente. Na Escola Europeia de Braga – com 180 alunos em três cursos técnico-profissionais – os atrasos reportam-se a setembro: “temos a promessa de que dentro de dias o problema será resolvido”, disse Carlos Plácido, confirmando os pagamentos em atraso a alunos, professores, funcionários e fornecedores.
Neste estabelecimento, há várias famílias, de Braga e Vila Verde, que se dizem desesperadas por não terem meios para pagar deslocações e refeições aos filhos e que terão de os tirar da Escola se as bolsas não lhes forem pagas.
Já José Luís Presa, presidente da ANESPO- Associação Nacional das Escolas Profissionais admitiu atrasos – desde o verão – , mas não sabe quantificar qual a verba em atraso e quantas escolas estão em causa.
Uma outra fonte do organismo admitiu que os pagamentos não são feitos há quase seis meses: “há escolas que têm municípios e associações empresariais como sócios ou que têm acesso à banca. Mas a maioria depende do financiamento estatal, através do POCH – Programa Operacional de Recursos Humanos, que opera com fundos europeus”, frisou.
Luís Moreira (8078)