Numa carta aberta ao ministro da Educação, Artur Mesquita Guimarães, pai dos dois alunos que estão proibidos frequentar as aulas de Cidadania e Desenvolvimento por imposição parental, acusa o governante de não saber lidar com o Estado de Direito.
Este pai diz-se cansado da “sistemática coerção emocional e abuso de confiança sobre a nossa família pelos diversos órgãos do Estado que acompanham V. Ex. nesta deriva e que, ao invés, deveriam estar para nos apoiar e proteger”.
Mesquita Guimarães garante que vão continuar a resistir “e sempre que for necessário denunciaremos toda e qualquer investida contra a nossa família”, adiantando que “convocamos toda a sociedade civil e órgãos do Estado Idóneos para actuarem na nossa defesa”.
Os dois jovens estão inscritos na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, mas não frequentam as aulas de Cidadania e Desenvolvimento porque os pais consideram que “é matéria da família e não da escola”.
Artur Mesquita Guimarães diz mesmo que não admite que o Ministro João Costa o trate “como um fora-da-lei”, lembrando que a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga ainda não é conhecida.
Os dois jovens são alunos de excelência e têm transitado de ano, mas com cumbo por faltas a Cidadania e Desenvolvimento. Artur Mesquita Guimarães explica que “(…) há pais em Portugal, mesmo que sejam só os Mesquita Guimarães, que não renunciam nem endossam a educação dos filhos, à qual estão intrinsecamente ligados, comprometidos e responsabilizados pelo Direito vigente em Portugal. Responsabilidade esta que não é da escola nem sequer do Ministério da Educação, e V. Exa. sabe bem disso!”.
E acrescenta: “Sabe-se lá porque carga de água, teima agora V. Exa em arvorar-se em educador-mor da República, como se em nome do Estado o Ministério da Educação fosse o único e exclusivo detentor da moral, sendo assim justificada a autoridade para instrumentalizar os filhos dos portugueses, inculcando teorias de carácter pseudocientífico muito duvidoso, por via da disciplina em apreço”.