A Concelhia de Braga do PAN remeteu um conjunto de perguntas e propostas sobre a mobilidade suave na cidade, nomeadamente sobre o novo serviço de bicicletas partilhadas e sobre o serviço de trotinetes existente na cidade. O partido afirma que os projectos, anunciados pela Câmara, “continuam sem sair do papel”.
Em nota ao PressMinho, o deputado municipal, Tiago Teixeira, afirma que numa altura em que se começam a discutir as propostas para as grandes opções do Orçamento 2023-26,” as novas formas de mobilidade devem ser um dos pontos fulcrais da visão de futuro da cidade”.
“O PAN tem estado atento à implementação de várias alternativas à mobilidade na cidade, mas as mesmas têm ficado aquém do esperado para uma cidade da dimensão de Braga”, considera.
Como exemplo, Tiago Teixeira aponta a forma como o Executivo se “desligou” da utilização das trotinetes e bicicletas de aluguer, “não referenciando lugares de estacionamento suficientes ou fixos”. A consequência, diz o responsável do Pessoas-Animais-Natureza traduz-se no “uso abusivo” destes equipamentos, “sendo que este comportamento incita ao descontentamento geral da população e repúdio por este meio de transporte, em vez de o promover.”
“USAR BICICLETA É ACTO DE CORAGEM”
Tiago Teixeira sustenta que Braga “tem condições para ser a cidade mais ciclável do país, liderando a redução das emissões de gases com efeitos de estufa no sector dos transportes e melhorando a qualidade do ar na cidade”.
Para tal, acrescenta, “é preciso que saiam do papel as vias segregadas de mobilidade suave que liguem Ferreiros a Este, S. Pedro, atravessando as freguesias urbanas e ainda conectar as zonas do estádio, essenciais para criar melhores condições de segurança, pois usar bicicleta em Braga é ainda um acto de coragem, devido às parcas condições de segurança.”
O também porta-voz da Concelhia bracarense refere que o “aumento do trânsito na cidade devido ao seu crescimento é claro e contribui para a degradação da qualidade de vida de todos os bracarenses”.
“Podemos discutir várias formas de solucionar isto, mas neste momento, e de forma mais imediata, a aposta tem que ser nas ciclovias e nos transportes públicos”, defende
O deputado municipal refere ainda que “a confusão lançada por este Executivo relativamente ao uso das bicicletas em zona pedonal, acabou por também não ser benéfica para os munícipes que têm feito a transição integral ou parcial para modos de deslocação mais sustentáveis.”
Por fim, o PAN traça a distinção entre a construção de ciclovias para uso recreativo e para utilização como método de transportes reiterando que “os projectos anunciados pela Câmara, que continuam sem sair do papel, não estão pensados numa lógica de mobilidade, mas sim recreativa, podendo comprometer a eficácia do investimento na descarbonização dos transportes”.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)