O PS anunciou que fez aprovar esta quarta-feira, no Parlamento, um conjunto de audições para preparar uma resposta estruturada sobre o funcionamento dos serviços de urgência e considerou “injustas” as críticas do PSD em matéria de saúde.
Estas posições foram transmitidas pelo coordenador da bancada do PS na Comissão de Saúde, Luís Soares, pouco depois de o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Ricardo Batista Leite, ter acusado o Governo de “falta de planeamento e má gestão”.
Ricardo Batista Leite apelou a que o plano de reorganização das urgências seja apresentado pelo Governo com clareza e recorrendo a todos os meios no terreno, públicos e privados.
“É inegável que há problemas nos períodos de férias, designadamente nesta fase do Natal. Mas o PS lamenta que o PSD se tenha tornado num partido que apenas faz a crítica pela crítica. Além de serem injustas essas críticas, o PSD procura também mascarar a realidade”, respondeu Luís Soares.
O deputado socialista de Guimarães referiu então que o plano do Governo que será apresentado na quinta-feira “segue-se a uma resposta sazonal de Inverno, por sua vez já divulgada há duas semanas e que tem como objectivo um conjunto de medidas de alargamento [dos horários de funcionamento] dos cuidados de saúde primários para diminuir a pressão sobre as urgências”.
“É uma resposta pontual para uma situação que já se arrasta há alguns anos e que carece de medidas estruturais – medidas que o próprio Ministério da Saúde anunciou estar a trabalhar”, assinalou.
De acordo com Luís Soares, nesse mesmo sentido, “o PS fez aprovar esta manhã, em Comissão Parlamentar de Saúde, um requerimento que tem como objectivo olhar para a situação das urgências em Portugal de forma estruturada”.
Nesse requerimento, o PS pede audições com o bastonário da Ordem dos Médicos, com os presidentes dos colégios de especialidade de medicina geral e familiar, de medicina interna, de pediatria, dos presidentes da competência em emergência, da Associação Nacional de Administradores Hospitalares, da Associação Nacional de Administradores Hospitalares Privados, da União das Misericórdias Portuguesas e da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social.
“Os serviços de urgência não podem ser a porta de entrada dos cidadãos no Serviço Nacional Saúde (SNS)”, declarou Luís Soares, antes de defender a tese de que os cidadãos podem ter confiança nos serviços de saúde”.
“As medidas pontuais que estão a ser trabalhadas há algum tempo e que serão apresentadas esta quinta-feira têm como objectivo dar segurança e previsibilidade aos cidadãos”, acrescentou.