O PCP considera o regresso do Hospital de Braga à gestão privada, através de uma PPP- Parceria Público-Privada, um “enorme retrocesso”, que “compromete o acesso da população a cuidados de saúde e prejudica os profissionais do sector”.
Os comunistas bracarenses dizem que a decisão, tomada esta sexta-feira pelo Executivo de Montenegro, não é só um “grave ataque” ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, mas também “ilegítima quando adoptada por um Governo derrotado” e “a poucas horas de ser demitido”. Por essa razão, apela “à resistência dos profissionais e dos utentes contra a medida”.
Dizendo que “não tem memória curta”, o PCP lembra que nos dez anos em que a unidade de saúde esteve a ser gerida pela Mello Saúde se registaram “inúmeros problemas que afectaram utentes e trabalhadores”. E dá exemplos: “a recusa de medicamentos, transferências indevidas de doentes para outras unidades, o encerramento das urgências pediátricas durante a noite e cortes em diversas especialidades médicas”.
BATALHA DA PROPAGANDA
Para o PCP, a reversão da anterior PPP representou uma “conquista fundamental para o reforço do SNS”, sendo que “só foi possível graças à “intervenção contínua” dos comunistas de Braga e da região da área de abrangência do hospital.
“Como era de prever, desde então mantém-se uma feroz batalha de propaganda, desvirtuando factos, omitindo dados fundamentais, explorando carências reais que persistem, procurando confundir a população e criar as condições para fazer andar para trás o que luta e a contribuição do PCP fizeram andar para a frente”, denuncia o PCP.
FALTA DE INVESTIMENTO
O partido defende que os problemas que existem do hospital “não resultam do fim da PPP, mas sim da falta de investimento no SNS.
“Apesar da persistência da carência de meios por responsabilidade dos sucessivos governos, o Hospital de Braga apresenta indicadores que superaram significativamente a actividade contratualizada com o Estado, em áreas tão relevantes como as primeiras consultas, consultas subsequentes e cirurgias, comprovando o acerto da decisão de reversão da PPP de gestão clínica do hospital”, aponta.
Sustenta que a solução pela PPP, “acarinhada pela direita e pelo PS, que se vangloriou em vários momentos de terem sido os seus governos a concretizar este negócio, [é] pior e mais lesiva para o interesse público e para as populações”, acusando ainda o Governo de “submissão aos interesses dos grupos económicos que operam nesta área”.
O PCP rejeita a PPP porque ela “é negativa para o país, porque é ilegítima”. “Sai mais cara ao Estado, é lesiva para os utentes, fragiliza os direitos dos profissionais de saúde e fragmenta ainda mais a resposta do SNS.”
Deste modo, o PCP apela “à resistência dos profissionais e dos utentes contra esta medida, insta as restantes forças políticas a pronunciarem-se contra tal decisão e espera que o Presidente da República, no quadro das suas competências próprias, impeça a sua concretização”, remata o partido.
Fernando Gualtieri (CP 7889)
Autarca de Braga aplaude reposição da PPP para gerir hospital da cidade