O largo Rodrigues Sampaio, em Esposende foi palco, este sábado, da apresentação do livro ‘Apontamentos sobre os ataques terroristas contra o PCP e os comunistas no Alto Minho 1975/1976’, uma iniciativa no âmbito do Roteiro do Livro Insubmisso.
A apresentação, promovido pela Direcção da Organização Regional (DOR) de Braga do PCP, participaram de Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central do partido, de António Lopes, da DOR Braga do , e de Manuel Carvoeiro, da Comissão concelhia de Esposende dos comunistas.
António Lopes, que assumiu a responsabilidade pela Organização Regional de Braga após o 25 de Abril e que viveu o processo revolucionário na região, valorizou a oportunidade da iniciativa tendo em conta as comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril e “a importância de defender as conquistas de Abril e de não deixar esquecer o papel do PCP, que foi a força mais determinante na resistência ao fascismo e na construção do regime democrático”.
Aludindo à intenção se promoverem celebrações da data de 25 de Novembro, António Lopes recordou “os actos criminosos concretizados por organizações terroristas no distrito de Braga contra sedes do PCP e a coragem dos militantes e amigos do PCP que nunca permitiram que os objectivos dos inimigos da democracia fossem concretizados”.
Jaime Toga destacou que a Revolução de Abril alcançou grandes conquistas democráticas que marcam a vida nacional e que enquanto o PCP e muitas outras forças progressistas se empenhavam na consolidação da revolução e do avanço das suas conquistas, “elementos conservadores e revanchistas, caciques locais e forças reaccionárias que vinham do tempo do fascismo, com a colaboração de PS, PPD e CDS e sectores mais conservadores e golpistas, procuravam travar a marcha ao progresso democrática”.
O dirigente comunista lembrou que “vastas zonas do território nacional, com particular expressão no Alto Minho, tiveram lugar actos terroristas no quadro do processos contra-revolucionário”.
Referiu que os “actos reaccionários que culminaram repetidamente com o assalto, saque, destruição, atentado à bomba em centro de trabalho do PCP e com a perseguição e espancamento (alguns até morte) de vários dirigentes e militantes”.
QUATRO EXEMPLOS
“Em alguns casos, a fúria reaccionária estendeu-se a escritórios, livrarias, cafés, consultórios, automóveis de militantes e simpatizantes do PCP”, recordou.
“Entre 26 de Maio de 1975 e 27 Janeiro de 1976, um registo da Secção de Informação e Propaganda do PCP anotava cerca de 300 acções terroristas, 75% a norte do país, entre as quais 145 com carga explosiva, 149 assaltos, saques ou incêndios, 11 atentados a tiro”, afirmou.
O livro desenvolve com mais detalhe quatro situações: 1) Assalto ao Centro de Trabalho do PCP em Valença, que “uniu dirigentes locais de PS, PPD e do PPM”; 2) Incêndio ao Centro de Trabalho de Arcos de Valdevez, com “a acção de dirigentes do CDS e de antigos quadros da PIDE/GDS”; 3) Incêndio do Centro de Trabalho e morte de José Costa Lima, na sequência de “um comunicado reaccionário que apelava à violência contra os comunistas”; 4) Assassinato de Manuel Silva, que “foi espancado por terroristas locais porque havia sido testemunha do assalto que estes tinham feio ao Centro de Trabalho do PCP em Ponte da Barca”.
Manuel Carvoeiro, que enquadrou e apresentou a iniciativa, salientou que para o PCP comemorar o 25 de Abril é também informar e esclarecer sobre o que foi a opressão e o terror fascista, o que foi a resistência e a luta antifascista.
O Roteiro prossegue para Barcelos, no dia 6 de Julho, em torno do livro ‘O Mundo Velho Está a Morrer. O Novo Ainda Não Nasceu. Este é o Tempo dos Monstros’.
Fernando Gualtieri (CP7889)