A decisão da Câmara Municipal realizar este ano a Feira do Livro em formato integralmente digital a pretexto da minimização do risco de propagação da pandemia de covid-19 é criticada pela Concelhia de Braga do PCP.
Em nota ao PressMinho, os comunistas consideram que a opção pelo formato digital, “a coberto de uma legítima preocupação com a saúde pública”, é “incompreensível num contexto em que a própria é promotora de outros eventos na via pública, tais como as feiras e mercados, nas quais são cumpridas todas as regras sanitárias, pelo que seria suficiente para se realizar a Feira do Livro nos mesmos moldes e condições”.
Referido que realização das Feiras do Livro do Porto e de Lisboa, “eventos de uma dimensão muito superior à Feira do Livro de Braga e com muitos mais milhares de participantes” está já confirmada, o PCP “não compreende” a decisão de cancelamento da presença dos livreiros nas ruas de Braga, quando “o município dispõe de todos os meios para garantir a segurança de todos os intervenientes”.
“O recente anúncio de que a Câmara Municipal de Braga licenciou a presença de comerciantes na Ponte de São João – o que não nos merece qualquer oposição – no âmbito da programação das festas de São João deste ano, vem evidenciar uma postura incoerente por parte da maioria PSD/CDS no executivo municipal”, afirmam.
Os comunistas bracarenses argumentam ainda que, “mais do que nunca”, se justificam medidas de apoio ao sector cultural, depois de mais de dois meses com a sua actividade suspensa e de portas fechadas.
O PCP considera também que a programação cultural da Feira do Livro deste ano “pudesse ser ajustada às condicionantes impostas pela pandemia”, evitando grandes aglomerações em ambientes fechados, “nada justifica que os livreiros, alfarrabistas e editoras não possam voltar ao contacto com o público nas ruas de Braga, tal como acontece todos os anos”.
Fernando Gualtieri (CP 1200)