No dia em que insistiu na necessidade de debater a renegociação da dívida, Jerónimo de Sousa admitiu “divergências” com o PS, mas garantiu não estar disponível para “desbaratar possibilidades”.
“Não contem com o PCP para desbaratar gratuitamente possibilidades e perspectivas criadas no plano político com a nova correlação de forças e de levar o mais longe possível a defesa, reposição e conquista de direitos”, afirmou, esta quinta-feira, Jerónimo de Sousa, durante uma declaração na sede do PCP, em Lisboa.
Não negando as “divergências” que existem entre comunistas e socialistas – bem como as “contradições que desenvolvimentos recentes põem em evidência” -, o secretário-geral do PCP salienta, no entanto que, no entender do PCP, e apesar de os comunistas continuarem a ter como bandeiras a renegociação da dívida ou o debate sobre a moeda única, o momento não é de colocar em risco a actual solução política.
“O PCP não determinará a sua intervenção a partir de manobras ou pressões nem condicionará a sua intervenção e juízo próprio de decisão a objectivos e manobras de conjuntura”, acrescentou, lamentando que agências e organizações europeias e internacionais “não gostem” do Governo liderado pelo PS e das posições conjuntas assinadas com os partidos à esquerda.
“O que os preocupa é o processo de reposição e conquista de direito com os quais eles estão profundamente em desacordo”, sublinha o secretário-geral do PCP que, depois da subida das taxas de juro da dívida acima dos 4%, critica as “ameaças” do Eurogrupo e as “pressões” da OCDE:
Uma convicção que, durante os próximos meses, irá levar os comunistas a insistir em ambos os temas, chamando ainda a atenção para matérias como o controlo público da banca, o combate à precariedade, o aumento geral dos salários, a redução do horário de trabalho ou o aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.
FG (CP 1200) com TSF
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