O PCP propôs esta sexta-feira, na Assembleia da República, que se “inicie de imediato o processo de integração” do Novo Banco “na esfera pública” ou nacionalização.
Os comunistas propõem que “o Governo reverta o contrato de venda do Novo Banco, garantindo que eventuais indemnizações incidam exclusivamente sobre o montante injectado pela Lone Star, deduzido de eventuais ganhos decorrentes da gestão de activos do banco, ou de práticas de gestão danosa”, lê-se numa nota divulgada pelo grupo parlamentar.
O PCP propõe, igualmente, “uma avaliação extraordinária da política de gestão de activos, património e perdão de dívidas no Novo Banco, da idoneidade dos seus administradores, nomeadamente no que diz respeito à política de prémios e à política salarial da administração e dos gestores de topo”.
Quase à mesma hora a que foi anunciado o projecto de lei de nacionalização do Novo Banco, Jerónimo de Sousa, secretário-geral dos comunistas, criticou, numa audição com sindicalistas, a continuada injecção de dinheiro pelo Estado.
Quando Jerónimo lembrou que o seu partido tinha proposto a criação de um fundo público, financiado pelo Orçamento do Estado, para garantir os salários aos trabalhadores, fez uma pergunta e ele próprio deu a resposta: “Dirão que é preciso percebermos que não há dinheiro, ao que bastará responder com duas palavras: Novo Banco”.
“Enquanto uns se entretêm com a discussão sobre se deve haver ou não auditoria, para o Novo Banco, tal como aconteceu nos últimos anos para a banca na generalidade, escorrem milhares de milhões de euros sem que os bancos fiquem na posse do povo português”, disse.
No texto que acompanha o projecto de lei, recorda-se a transferência de “mais 850 milhões de euros para o Novo Banco” dará razão ao partido que, no Orçamento do Estado de 2020, propôs que “qualquer transferência para o Novo Banco deveria significar o início do processo de recuperação do seu controlo público”.
Os contribuintes portugueses “continuam a pagar o buraco sem fundo da ruinosa gestão privada da banca, e no final o banco continua a ser privado, e não é colocado ao serviço do país”, segundo o PCP.
Redacção com Jornal Económico