Um homem com cerca de 60 anos foi detido, na terça-feira, no Algarve, no âmbito da operação Anúbis, que, a 9 de Janeiro, resultou na detenção de um médico que emitia certificados de óbito falsos.
O suspeito, que vai responder pela prática do crime de corrupção activa e posse de arma proibida, está, segundo um comunicado enviado pela
Em comunicado, a PJ adianta esta quinta-feira que o suspeito está “fortemente indiciado de ter pago contrapartidas financeiras ao médico detido na mesma operação a 9 de Janeiro, pela emissão de certificados de óbito, tendo em vista agilizar funerais”.
Com este esquema, os dois homens agora detidos, impediam, de acordo com a PJ, “a intervenção das autoridades judiciárias ou a realização da autópsia médico-legal, nos termos legalmente previstos, colocando em causa informação sobre as verdadeiras causas da morte, incluindo as que poderiam resultar da prática de crimes”.
No decurso das diligências realizadas na terça-feira, os inspectores apreenderam ainda ao homem várias armas de fogo que este detinha de forma ilegal.
Ao ser presente a tribunal, para primeiro interrogatório judicial, foi-lhe determinada a proibição de contactar o médico, assim como o pagamento de uma caução de 20 mil euros para sair em liberdade.
Recorde-se que o médico, detido em Janeiro e já proibido de exercer, é suspeito de, desde o início do ano de 2020, em Loulé, mediante a contrapartida do recebimento de quantias monetárias, emitir diversos certificados de óbito “fazendo deles constar falsamente que a causa da morte era conhecida”.
“O objectivo seria evitar que os falecidos fossem sujeitos a autópsia médico-legal, ordenada pelo Ministério Público (MP) e desse modo acelerar o funeral”, revelou na altura, a Procuradoria de Faro.
O processo está a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Faro.