O governador provincial de Luanda proibiu a manifestação contra a nomeação de Isabel dos Santos, para a direcção da petrolífera estatal Sonangol, marcada para sábado, anunciaram os promotores do protesto.
Um comunicado dos promotores, assinado pelo activista Luaty Beirão, refere que a informação do indeferimento da manifestação foi comunicada, na manhã de quinta-feira, verbalmente pelo comandante provincial de Luanda da Polícia Nacional, comissário José Sita.
A decisão foi tomada com base num parecer de José Sita, que considerou dever ser dada prioridade à realização de uma marcha sobre ‘O Papel da Mulher Religiosa na Consolidação da paz em Angola’, programada para o mesmo dia e local do protesto contra a nomeação de Isabel dos Santos.
José Sita justificou que a prioridade deveria recair sobre o evento religioso, “prevendo-se a participação de um número considerável de pessoas”.
“Com vista a evitar constrangimentos aos automobilistas, bem como às pessoas que afluirão ao local, sugerimos que o trânsito automóvel seja desviado no perímetro da Praça da Independência, contando com a colaboração das organizações juvenis apartidárias, para a organização do evento”, lê-se no documento da polícia.
Os promotores da manifestação dizem não perceber a razão de ter sido a Polícia Nacional a primeira a comunicar verbalmente o indeferimento, só depois de o terem solicitado, tendo sido o documento escrito entregue à tarde, com a decisão do governador da província de Luanda.
Para os próximos dias, os promotores da manifestação prometem “anunciar um conjunto de medidas para fazer valer a liberdade de reunião e de manifestação”.
Isabel dos Santos foi nomeada em Junho, no âmbito da reestruturação da maior empresa de Angola e em causa está o facto de a empresária ter sido nomeada presidente do conselho da administração da Sonangol, pelo pai, chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, levando os contestatários da nomeação a alegar uma violação da Lei da Probidade Pública.
Os promotores da manifestação admitem ainda que a empresária angolana pode estar impedida de exercer aquelas funções, pelas posições que detém noutras empresas.
FG (CP 1200) com Jornal económico