Oitenta e um professores e investigadores da Universidade do Minho subscrevem um manifesto remetido com caracter de “urgência” à reitoria e ao Conselho Geral da Universidade do Minho (UMinho) exigindo que tomem “posição pública e inequívoca contra o genocídio” em Gaza, na Palestina.
Por que “calar é consentir”, os docentes e investigadores querem que a UMinho “assuma uma posição pública e inequívoca contra o genocídio em curso, como no passado fez sobre a invasão da Ucrânia de uma forma cuja celeridade e assertividade contrastam inexplicavelmente com o silêncio que até agora manteve sobre a tragédia da Palestina”.
“Temos vergonha alheia desse silêncio”, escrevem na carta enviada esta terça-feira à reitoria e ao Conselho Geral da universidade minhota, referindo os mais de 37 mil mortos, dos quais 20 mil crianças e 70% das estruturas civis destruídas.
“A fome e a sede usadas como armas de guerra. Simultaneamente, a arbitrariedade e a violência acentuam-se de forma intolerável nos territórios ocupados de toda a Palestina”, denunciam.
“O terror progride em Gaza”, frisam.
Com o abaixo-assinados, os docentes e investigadores pretendem “manifestar-se solidários e próximos dos muitos milhares de vítimas do genocídio em curso” e elogiam as posições “desassombradas assumidas por estudantes em todo o mundo e, também, no nosso país e na nossa Universidade”. “
“São as suas vozes que, no meio de um ensurdecedor silêncio, e por vezes enfrentando a agressão policial, se têm erguido contra a metódica destruição de Gaza e a violência extrema que há décadas se exerce sobre a Palestina”, escrevem ainda.
APELOS
E apelam para que a universidade esteja disponível para cooperar com as instituições de ensino, investigação e cultura palestinianas – universidades, museus, escolas, bibliotecas, “muitas já completamente destruídas, contribuindo para a sua preservação e reconstrução, assim como para acolher estudantes palestinianos que aqui procurem refúgio”.
Finalizam com outro apelo: que a UMinho “não exiba, sob que pretexto for, em nenhum lugar dos campi nem em nenhuma cerimónia académica a bandeira ou qualquer outra insígnia do agressor” ou “pactuar com o muro de silêncio que insidiosamente se ergue sobre o genocídio, mas antes exerça toda a sua capacidade de influência para exigir um cessar-fogo imediato, incondicional e definitivo”.
Fernando Gualtieri (CP7889)