O secretário-geral do PCP considerou este sábado, em Viana do Castelo, que Portugal precisa de uma grande limpeza contra a corrupção e a promiscuidade entre poder político e económico, mas não pode ser com o espanador do populismo.
“Portugal precisa de uma grande limpeza e de ‘tirar a raposa do galinheiro’, essa raposa que fingindo defender o povo e lutar contra a corrupção, nada mais é que um instrumento musculado ao serviço dos tais que se acham os donos disto tudo (…) Portugal precisa de uma grande limpeza? Sim. Mas essa limpeza não pode ser feita com o espanador do populismo, da mentira, do engano e da ilusão”, afirmou Paulo Raimundo,
Raimundo referia-se implicitamente ao ‘slogan’ usado pelo Chega na sua última convenção, realizada em Viana do Castelo: “limpar Portugal”.
O líder comunista, que discursava num almoço, em Viana do Castelo, com militantes para apresentação dos candidatos da CDU às eleições legislativas antecipadas de 10 de Março, disse que não pode ser “uma falsa limpeza que varre para baixo do tapete a sujidade da corrupção, não para acabar com ela, mas apenas para a esconder dos que se apresentam como anti-sistema, mas que são a coisa mais suja que o sistema produziu até agora”.
“Desses que podem enganar muita gente e que se intitulam enviados divinos. São de facto, enviados, mas não divinos são enviados sim da família Champalimaud e outras para garantir os interesses dos grupos económicos e as regras dos grupos económicos. Desses que falam contra tudo e contra todos, mas curiosamente, estão sempre ao lado, mas sempre ao lado dos responsáveis pela situação a que chegamos”, afirmou.
“CAMISOLAS AMARELAS”
Segundo Paulo Raimundo, votar na CDU é votar “contra a corrupção e a sua principal fonte que é a promiscuidade entre o poder político e o poder económico”.
“E aqui que está o problema de fundo. É aqui que estão as negociatas e o compadrio. É isto que é preciso atacar e atacar de uma vez por todas. Enfrentar os interesses daqueles que se acham os donos disto tudo”, referiu, perante cerca de 200 militantes.
Para o secretário-geral do PCP, paira no país “um profundo sentimento de injustiça” e as Eleições Legislativas antecipadas de 10 de Março são “uma oportunidade que não pode ser desperdiçada para impor um novo rumo urgente e possível”.
“Cada voto no PSD, cada voto no CDS, cada voto no Chega, na Iniciativa Liberal é um voto para andar para trás. É um voto no vazio. É um voto dos recordistas, dos cortes de pensões, dos subsídios de Natal, dos salários. Um voto nos camisolas amarelas do maior aumento brutal que tivemos nos impostos no nosso país.”, apontou.
Com Jornal Económico