Para o director da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, Portugal é um “país de minifúndios” e que precisa de “encontrar novas respostas, agregar também as florestas, para que possam ser devidamente reflorestadas e geridas de uma outra forma”.
O director da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), padre Carlos Godinho, considera que é urgente “uma autêntica conversão ecológica”, que deve “passar pela dimensão da formação, da educação para o ambiente” no sentido de evitar que as tragédias dos incêndios continuem a destruir o país.
O sacerdote admite que este é “um trabalho largo e profundo”, porque “não basta só reordenar. É absolutamente necessário prever, fazer vigilância”.
Mas, para alcançar tais objectivos, o sacerdote defende que “é preciso educarmo-nos todos socialmente, no sentido de preservar as nossas florestas”.
“O trabalho de educação é um trabalho de base, é um trabalho de fundo, que depois nos leva a proteger, a defender, a cuidar e também a valorizar, cada vez mais, as nossas florestas”, explica o responsável pela ONPT.
Recordando que os últimos incêndios provocaram a “morte de muitas pessoas, a destruição de habitações, a perda de muitos postos de trabalho e hectares e hectares de floresta”, o sacerdote defende uma nova reflorestação e modelos diferentes de gestão da floresta.
“As aldeias devem ficar libertas de zonas florestais que possam constituir perigo” e é preciso recorrer “a espécies autóctones que se coloquem à volta das aldeias, para as proteger, nomeadamente com as chamadas árvores bombeiro, árvores corta-fogo”, defende.
“Nós vivemos num país de minifúndios e temos que encontrar novas respostas, para agregar também as florestas e que possam ser devidamente reflorestadas e geridas de uma outra forma”, considera.
A concluir, o padre Carlos Godinho lembra que “o turismo tem nas nossa florestas e aldeias históricas um dos seus activos mais significativos”, reiterando que “o país que queremos oferecer, a quem nos visita, tem de continuar a ser um país verde e convidativo, por via das suas paisagens”.
O responsável pela Obra Nacional da Pastoral do Turismo falava à margem das III Jornadas Nacionais de Pastoral do Turismo que decorrem em Bragança e que têm como tema geral ‘Turismo e Sustentabilidade – Economia, Sociedade e Ambiente’, em consonância com a resolução da Organização das Nações Unidas, que declarou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento.
Fonte: Renascença