Ricardo Rio considera que ao nível da intervenção pública, da vida política e empresarial, Portugal tem dado passos importantes para que a igualdade de género seja uma realidade.
O presidente da Câmara falava, este sábado, em Braga, numa numa conferência que teve como tema central as questões da igualdade de género, promovida pela Faculdade de Medicina do Porto, pela UGT, Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos e pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (SINDITE), e que que contou com a presença do secretário-geral da UGT, Carlos Silva.
Referindo-se a Braga, o autarca deu como exemplo a inclusão de duas mulheres no executivo camarário, “liderando áreas centrais da intervenção municipal, como são a Educação, a Cultura, a Juventude e o Desporto”.
“Além de termos uma mulher como presidente da Assembleia Municipal, Braga tem, desde há dois anos, as primeiras senhoras condutoras de autocarros de transportes públicos e, muito em breve, teremos as primeiras bombeiras profissionais, graças ao novo quartel que já permite conciliar os dois géneros”, referiu o Rio.
Carlos Silva, que alertou para “a necessidade de se reflectir sobre as dificuldades que as mulheres ainda enfrentam para chegar a cargos de gestão seja na administração pública, seja no mundo empresarial”.
“Estas questões têm sido um pilar fundamental da actuação da UGT que tem levado ao Parlamento e aos partidos políticos um conjunto de propostas que procuram encontrar um equilíbrio na representatividade entre homens e mulheres”, frisou o líder da UGT.
PORTUGAL NA VANGUARDA
Também Rui Nunes, professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto e coordenador da conferência, considerou que Portugal “está na vanguarda nas questões dos direitos humanos e igualdade de género, dando conta da recente apresentação à UNESCO de uma proposta de Declaração Universal para a Igualdade de Género”.
Elaborada por um grupo de investigadores portugueses liderados por aquele universitário, especialista em bioética, esta é uma declaração de “pendor universal que toca diferentes domínios da igualdade entre homem e mulher em qualquer sociedade do planeta, independentemente do nível de desenvolvimento, sobretudo nas áreas de acesso à educação e também questões relacionadas com literacia em saúde”.
Caso seja aprovada, “Portugal tem a possibilidade de “moldar definitivamente a legislação, a prática e os costumes de diferentes países”, afirmou Rui Nunes.