Um português de Aveiro foi condenado a quase seis anos de prisão, esta quarta-feira, por ter tentado violar uma peregrina alemã que se encontrava hospedada num hotel em Vigo, em Espanha, a 11 de Junho de 2023.
O Tribunal Provincial de Pontevedra, que condenou Nário B.G. a cinco anos de prisão por tentativa de violação e a nove meses de prisão por agressões, deu como provado que o homem entrou no quarto da vítima apenas de roupa interior e com um preservativo porque tinha a “intenção de ter relações sexuais com penetração”, noticiou o La Voz de la Galicia.
“Acordei quando reparei que algo estava a roçar no meu pé e vi um homem de cor, nu, com um chinelo. Eu sabia exactamente o que ele ia fazer e gritei por socorro, sempre a gritar o número do meu quarto. Ele agarrou-me e eu tentei soltar-me. Ele tirou as cuecas e eu puxei-lhe o pénis quando estávamos a lutar”, disse, tendo dado também conta de que mordeu o agressor.
“TEMI PELA VIDA”
A peregrina equacionou que a luta tenha durado cerca de 10 minutos e que, na altura, lhe pareceu “claro o que é que ele queria fazer”.
Quando conseguiu chegar à porta, a mulher viu que estava trancada por dentro. O homem empurrou-a e atirou-a ao chão, o que fez com que batesse com a cabeça.
“Tapou-me a boca e o nariz e senti que não estava a respirar. Temi pela minha vida”, detalhou.
A mulher disse ainda que o agressor lhe colocou um pano à volta do pescoço, tendo pensado que, naquele momento, morreria. Foi então que bateram à porta, o que fez com que o homem se atrapalhasse e a vítima conseguisse fugir, com a ajuda a de três pessoas.
O arguido, por seu turno, negou ter lutado com a mulher no chão, apesar de ter ficado com arranhões no peito, sinais compatíveis com uma rixa.
“Olhámos um para o outro e entrámos ambos em pânico. Ela começou a gritar e eu tapei-lhe a boca. Não lhe bati nem nada. Ela saiu pela porta, que estava aberta, e eu saltei pela janela, caí no andar de baixo e voltei para o meu quarto”, disse, tendo garantido que se tinha enganado no quarto porque “estava bêbado”.
Ainda que tenha considerado que o relato da mulher é credível, o tribunal não deu como provado que Nário estivesse bêbado, tampouco que se tenha enganado no quarto e entrado “em pânico”. É que, recorde-se, foram encontrados vestígios do seu ADN na capa do edredom da cama da vítima, assim como sangue nas unhas da mulher.
Além disso, as autoridades localizaram também um preservativo aberto no chão. Apesar de, inicialmente, ter negado pertencer-lhe, o português disse, depois, que tinha um preservativo no bolso, porque tinha ido a uma discoteca.
O tribunal proibiu o homem de exercer profissões que impliquem o contacto com menores durante nove anos, período durante o qual também não pode aproximar-se ou contactar a vítima. Ficará também em liberdade condicional durante três anos e deverá indemnizar a mulher em 7.650 euros.