Um português de Aveiro negou, na quarta-feira, ter tentado violar uma peregrina alemã que se encontrava hospedada num hotel em Vigo, em Espanha, a 11 de Junho de 2023. Afirmou, diante do Tribunal de Pontevedra, que “estava bêbado” e enganou-se no quarto, tendo entrado em “pânico”.
“Olhámos um para o outro e entrámos ambos em pânico. Ela começou a gritar e eu tapei-lhe a boca. Não lhe bati nem nada. Ela saiu pela porta, que estava aberta, e eu saltei pela janela, caí no andar de baixo e voltei para o meu quarto”, disse o homem, identificado como Nário B.G., citado pelo La Voz de Galicia.
O indivíduo negou ter lutado com a mulher no chão, apesar de ter ficado com arranhões no peito, sinais compatíveis com uma rixa.
O arguido explicou que entrou no quarto da vítima, uma jovem alemã que percorria o Caminho de Santiago, apenas de calções de praia e sem camisola porque estava a preparar-se para ir dormir, mas enganou-se no quarto. Contudo, quando foi detido, o homem admitiu às autoridades que tinha tentado violar a vítima.
Além disso, foi encontrado um preservativo aberto no chão. Ainda que tenha negado pertencer-lhe, o português disse, depois, que tinha um preservativo no bolso, porque tinha ido a uma discoteca.
“Não tentei violá-la, estava bêbado”, reiterou, citado pelo La Razón.
O mesmo jornal noticiou que, segundo um amigo do arguido, ambos estavam em Vigo para passar o fim-de-semana e Nário “não estava bêbado”, mas sim “alegre”.
A vítima, por seu turno, garantiu que não conhecia o português e que os hematomas que sofreu não se deveram à viagem pelo Caminho de Santiago.
“Acordei quando reparei que algo estava a roçar no meu pé e vi um homem de cor nu, e de cueca. Eu sabia exactamente o que ele ia fazer e gritei por socorro, sempre a gritar o número do meu quarto. Ele agarrou-me e eu tentei soltar-me. Ele tirou as cuecas e eu puxei-lhe o pénis quando estávamos a lutar”, disse, tendo dado também conta de que mordeu o agressor.
A peregrina equacionou que a luta tenha durado cerca de 10 minutos e que, na altura, lhe pareceu “claro o que é que ele queria fazer”.
Quando conseguiu chegar à porta, a mulher viu que estava trancada por dentro. O homem empurrou-a e atirou-a ao chão, o que fez com que batesse com a cabeça.
“Tapou-me a boca e o nariz e senti que não estava a respirar. Temi pela minha vida”, detalhou.
A mulher disse ainda que o agressor lhe colocou um pano à volta do pescoço, tendo pensado que, naquele momento, morreria. Foi então que bateram à porta, o que fez com que o homem se atrapalhasse e a vítima conseguisse fugir, com a ajuda a de três pessoas.
O homem, que se encontra em prisão preventiva, enfrenta oito a nove anos de prisão.