São dezenas de milhar de trabalhadores portugueses com vínculos laborais precários a trabalhar no estrangeiro, uma grande parte do distrito de Braga. “Mais vale ter trabalho precário do que desemprego”, diz o presidente da CIP- Confederação Empresarial de Portugal.
“É preferível ter um contrato a termo certo, com regras e respeito pelo ser humano, do que ter mais um desempregado”, diz António Saraiva em entrevista ao Económico, referindo~se à realidade portuguesa.
Se em território nacional o trabalho precário é endémico, em países de economia mais ‘saudável’, a situação não é muito diferente, afectando sobretudo a mão-de-obra migrante nos sectores da restauração, construção civil, limpeza e agricultura, como acontece na Suíça, Luxemburgo, França e Canadá.
Também em África e América do Sul são milhares de trabalhadores portugueses que vivem em dificuldades, que, segundo Albano Ribeiro, presidente da Sindicato da Construção de Portugal, decorrem de ordenados em atraso e de alojamento em condições pouco dignas, muitas vezes sobrevivendo graças à ajuda dos locais, situações que o PressMinho/O Vilaverdense tem vindo a denunciar.
Na Suíça, indica avança o jornal i, onde em Setembro de 2015 cerca de 278 mil portugueses destaca-se o desemprego sazonal, sendo que no Inverno, o número de desempregados entre a comunidade é 50% maior do que nos meses de Junho, Julho e Agosto. Em 2015, registou-se um recorde de portugueses sem trabalho: 14774 pessoas.
Quanto ao Luxemburgo, a falta de formação e conhecimento de línguas (como o francês, o alemão e o luxemburguês) elencam-se como razões que levam à absorção dos portugueses por sectores como a hotelaria, construção civil e serviços de limpeza, onde também encontram empregos precários. Um terço dos empregados no Luxemburgo, conta o mesmo jornal, são de origem portuguesa. Aliás, no final de 2015, os trabalhadores portugueses no país eram os mais expostos ao risco de cair na pobreza.
Já os emigrantes em França estão a trabalhar por menos dinheiro, mais horas e sem vínculo laboral. Há portugueses entre os estrangeiros subcontratados que trabalham 785 euros por 60 horas semanais, indicou um estudo da AFP citado pelo jornal i. Segundo os dados, 145 mil pessoas encontram-se nestas condições.
No Canadá, os sectores que acolhem mais portugueses são os da agricultura e construção civil. Esta tendência já se verifica desde a década de 60, quando chegou uma onda de emigrantes portugueses. Porém, os seus descendentes têm agora procurado emprego noutros sectores, como o dos serviços, adianta a embaixada de Portugal em Otava.
FG (CP 1200) com i e Económico