A carteira dos portugueses fecha até na hora das idas ao hospital. De acordo com a mais recente investigação da Nova IMS, baseado no tema da Saúde Sustentável, a falta de dinheiro para pagar taxas moderadoras fez com que houvesse 2,7 milhões de cuidados de saúde que deixaram de ser prestados.
O corte é particularmente significativo no que diz respeito às idas às urgências, que assistiram a reduções de 11%, seguindo-se as consultas de especialidade hospitalares, segundo os dados que remontam ao ano passado.
“Um Serviço Nacional Saúde sustentável é o que presta bons cuidados, dá resposta às necessidades da população e mantém os gastos controlados. Ora, em 2016 o orçamento da saúde cresceu, bem como a despesa – só que a despesa cresceu a um ritmo menor. Temos depois os índices de qualidade num perspectiva estável e a isto soma-se um aumento da produção”, explicou à TSF Pedro Simões Coelho, investigador da Universidade Nova e autor do estudo.
Quanto aos tempos de espera nas consultas, a análise dos académicos concluiu que se verifica uma avaliação é negativa, com 56 pontos numa escala de zero até 100. Ao que o estudo apurou, os utentes do Serviço Nacional de Saúde continuam com reclamações de esperas longas, depois da marcação das consultas.
A percepção que os portugueses têm dos valores das taxas moderadoras é na maior parte dos casos errada, indica o mesmo trabalho.
Os portugueses estimam valores acima dos reais, mas consideram que apesar de tudo são adequados. O trabalho da Nova IMS, que tem vindo a ser feito desde 2014 e todos os anos complementa o anterior com indicadores novos, revela que há uma diferença entre o que os portugueses julgam que custa (11,92 euros) e o que realmente custa (7,00 euros) a taxa moderadora para uma consulta externa/especialidade num hospital público.
Fonte: Jornal Económico