Da ‘aldeia’ para a cidade, desta para o país e daqui para o resto do mundo. Este o percurso de 14 anos da ‘estrela’ da época natalícia bracarense: o Presépio Vivo de Priscos.
O ‘Maior Presépio Vivo da Europa’ começou com 50 participantes e hoje são cerca de 800 os que dão literalmente vida a “uma história sempre antiga e sempre nova”, nas palavras do pároco de São Tiago de Priscos, João Torres.
Na origem do presépio não está só a comemoração do nascimento de Jesus como de tantos outras que se realizam um pouco por todo o universo cristão. Na verdade, tem um outro “desejo profundo” ao envolver toda a comunidade seja na montagem e construção, seja na figuração.
“O desejo profundo de cada uma das edições do Presépio ao Vivo de Priscos é reduzir ou eliminar aquelas distâncias que representam uma real ameaça para o isolamento e solidão de cada membro da nossa comunidade paroquial”, diz o padre João Torres, definindo o objectivo principal: “criar uma corrente de ‘relações’ que levem à comunhão entre todos”.
E neste “todos” estão também incluídos os reclusos que desde de 2014 também ali trabalham no âmbito de um protocolo assinado entre a paróquia e a Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Um projecto “inovador” que procura “dar mais dignidade” à vida dos 32 reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga que até agora foram abrangidos e que, afirma o sacerdote, “entraram também num processo de humanização”.
O CENÁRIO…
O Presépio, explica a Arquidiocese de Braga, “é representativo do presépio tradicional, com ritmos e rotinas do quotidiano hebraico e romano – labores e artesanato, comércio e costumes – que recriam uma moldura cenográfica de um povo, num despojamento fantasioso da época do nascimento de Jesus e submetido ao poderoso Império Romano”.
Ocupa um espaço com cerca de 30.000 m2, tem mais de 90 cenários, com referência às culturas egípcia, judaica, romana, assíria, grega e babilónica. Não faltam muitos dos ofícios que existiam naquela época: os ferreiros a forjarem e a temperar o ferro, o sapateiro a concertar sandálias rompidas, serradores que cortam lenha, camponeses a organizarem as ferramentas de trabalho, a tecedeira no tear a jogar fios de lã, o oleiro a moldar o barro, a padeira a amassar a farinha, e, claro, a família de Nazaré “a ser família diante das sombras do seu tempo”.
… A GASTRONOMIA E ESPECTÁCULOS
Os visitantes podem usufruir de uma vasta oferta gastronómica, disponível nas várias casas das ‘aldeias dos judeus e dos romanos’. Podem saborear o ‘pão de César’, o ‘hidromel’, a ‘posca’, castanhas assadas, água-pé, café no pote, doces dos judeus, pão romano, ginja, doces de Roma e, claro, o famoso pudim Abade de Priscos.
O Presépio oferece aos visitantes quatro espectáculos: ‘O Casamento Judaico’, ‘Cortejo da Luz’, ‘O Julgamento’ e ‘O Funeral’. Uma das maiores atracções deste evento natalício é também a possibilidade de contactar com animais reais.
Contudo, o verdadeiro protagonista deste presépio é a ‘Gruta’ com as figuras bíblicas de Maria, José, o menino Jesus, a vaca e o burro.
HORÁRIOS
15 de Dezembro: Inauguração às 10h30 até às 12h30
19 de Dezembro: 15h00 às 17h00
21 de Dezembro: 15h00 às 19h00
22 de Dezembro: 15h20 às 18h40
25 de Dezembro: 16h00 às 18h30
28 de Dezembro: 20h00 às 22h30
29 de Dezembro: 15h20 às 18h40
1 de Janeiro: 16h00 às 19h00
4 de Janeiro: 20h00 às 22h30
5 de Janeiro: 14h30 às 20:00 (transmissão em directo no programa da TVI ‘Somos Portugal’)
11 de Janeiro: 20h00 às 22h30
12 de janeiro: 15h20 às 18h40
Entrada gratuita ou solidária (5 euros).
Fernando Gualtieri (CP 1200)