Bruno Alcaide, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) aproveitou a sessão comemorativa do 42.º aniversário da academia minhota para apelar a Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, para que expresse de “forma inequívoca, a atenção e a centralidade que [o governo] pretende atribuir às instituições do ensino superior”.
Reiterando as “expectactivas de uma atenção à importância e garantia da qualificação superior, do combate ao abandono escolar, do reforço do sistema de acção social”, o líder da AAUM apelou ao membro do governo um “urgente” reforço do “financiamento das instituições, para a aposta do país do país numa sociedade mais qualificada, como motor de desenvolvimento económico e de mobilidade social”.
Falando, perante uma audiência que enchia o Salão Medieval, onde pontificavam além do reitor da UMinho, António Cunha, e de Manuel Heitor, docentes, autarcas e representantes institucionais, Bruno Alcaide traçou um retrato negro do ensino superior.
“Deparamo-nos com um actual quadro asfixiante e de dificuldades. O ensino superior tem vindo a trabalhar num quadro de subfinanciamento crónico, colocando amarras no caminho do progresso, (…) que se reflecte no envelhecimento do quadro docente, lesando a qualidade do ensino”, afirmou.
O dirigente estudantil, ao mesmo tempo que apelava à renovação e manutenção das infraestruturas universitárias, referiu que “urge combater o descrédito dos jovens portugueses na importância da qualificação superior, directamente relacionando com a elevada taxa de desemprego jovem, que em Portugal é bastante superior à média da OCDE”.
Bruno Alcaide – que ontem viu o Conselho Geral da UMinho rejeitar proposta que limitava poder de alunos- mostrou-se preocupado com os níveis de abandono escolar no ensino superior, exigindo “a aplicação de estratégicas claras e objectivos quantificáveis” para atacar o problema, nomeadamente através da análise das razões do abandono.
Fernaando Gualtieri (CP1200)