A Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR) afirma em comunicado que “os profissionais da GNR estão a ser usados como fonte de receita” acerca do policiamento do Rali Serras de Fafe e da Volta ao Algarve.
“Durante a semana passada realizaram-se vários eventos, nomeadamente a Volta ao Algarve em bicicleta, e o Rali Serras de Fafe, que levaram ao empenho de profissionais durante o seu horário de trabalho, recebendo a Guarda os valores destes serviços remunerados, requisitados por entidades privadas”, afirma a estrutura dos militares da Guarda Nacional Republicana.
“A APG/GNR considera que tal aplicação é ilegítima e infundada pois, neste caso a Guarda vai utilizar os profissionais com fonte de receita própria, e a duplicar, pois receberá os valores referentes a custos administrativos, acrescidos dos valores dos serviços remunerados, quando os profissionais já estão pagos pelo erário público por via do seu vencimento”, diz a APG/GNR.
“Ou seja, ao invés de estarem a garantir a segurança dos cidadãos, estão ao serviço de entidades privadas, o que, em nosso entender, viola grosseiramente a Lei Orgânica da GNR e a missão primordial da Instituição, que é a Segurança Pública”, acrescenta esta mesma associação profissional.
“HAJA DECORO”
“Isto sucede num quadro em que os profissionais têm a sua carreira profissional congelada e, ainda, são gravemente prejudicados pela Tutela, leia-se MAI [Ministério da Administração Interna] e pela Instituição, pelo que no mínimo haja decoro”, refere a Associação dos Profissionais da GNR.
“Contudo há unanimidade, entre a APG/GNR e os seus associados: estamos perante uma represália pelo facto de os profissionais obterem um horário de referência e de um ataque ao associativismo, em especial à APG/GNR pois, segundo alguns comandantes, esta é a responsável pelo que de perverso sucede na Guarda”, salienta ainda a APG/da GNR em comunicado enviado à nossa redacção.
“Incrivelmente esta situação é vista com regozijo entre outros sectores do associativismo da Guarda”, segundo a APG/GNR, referindo igualmente que “também as regras administrativas internas e operacionais ainda não foram regulamentadas pelo Exmo. Sr. Comandante-Geral e, como tal, ainda não deveria ser aplicada na sua plenitude, o que só vem demonstrar que a estrutura de Comando da Guarda exerce a sua ‘acção de comando’ e, em caso de dúvida, age em prejuízo dos seus subordinados”.
“Aliás, foi essa ausência de regulamentação o argumento do Comando da Guarda quando denunciámos a situação”, acrescenta a APG/GNR, referindo que “de uma realidade podem os profissionais da GNR ficar cientes: a APG/GNR vai pelejar pelos direitos e garantias dos seus associados, e restantes profissionais e nada, nem ninguém, nos desviará do nosso objectivo que é uma Guarda verdadeiramente Humana, Próxima e de Confiança, ao serviço do cidadão”.
JG (CP 2015)