O líder do PS de Amares, Jorge Tinoco, acusou esta segunda-feira, em comunicado, o executivo municipal de passar o tempo em “acções de relações públicas”, “ao invés de trabalhar e apresentar um mínimo neste final de mandato”. “Os amarenses andam chocados com esta ostentação pública dos responsáveis que deviam trabalhar nos problemas da nossa terra, mas que passam o tempo todo em passeatas públicas, de festa em festa”, frisa.
O comunicado da estrutura socialista surge tendo por base a II Semana do Associativismo, que decorre durante esta semana, promovida pela autarquia.
Para o PS, trata-se de “um evento que não é mais do que um cartaz com a junção de actividades que as próprias associações e organizações já tinham no seu plano de actividades para esta altura do ano”.
“Ao contrário do ano passado, não existe uma mostra representativa, mas desta vez uma onde todas as associações se sentissem representadas”, frisa o PS, para quem “uma Câmara que quer desenvolver o seu território não pode transformar-se numa comissão de festas”.
Tinoco afirma que “esta governação de centro-direita é um desastre do ponto de vista de execução de propostas e programas eleitorais”, realçando que “nada do que Amares precisa foi feito nestes quatro anos», pelo que não tem dúvidas que «o descontentamento vai resultar num claro cartão vermelho dos amarenses a este executivo”.
PEDRO COSTA QUER “RASGAR” REGULAMENTO
No terreno para a preparação do programa autárquico, Pedro Costa, candidato do PS nas próximas autárquicas, assegura que, se for eleito, vai “rasgar” o actual regulamento de atribuição de subsídios, que considera “vergonhoso” para as associações do concelho.
Para o candidato, a actual política para o associativismo “representa uma forma indigna de controlo de poder, sendo as associações uma das grandes conquistas do 25 de Abril, que há décadas contribuem para a afirmação da democracia”.
No entanto, realça que o papel do Gabinete de Apoio ao Associativismo deve ser reforçado nas suas funções e autonomia, constituindo-se um apoio autónomo, mais técnico, especializado e multidisciplinar às associações.
Segundo Pedro Costa, que é também dirigente associativo há vários anos, o regulamento implementado neste mandato “muito tem desmotivado os dirigentes associativos, pois coloca-os numa injusta situação de submissão perante a Câmara”.
Para o cabeça-de-lista do PS, na apresentação regulamento de apoio às associações, em 2015, “foi prometida uma avaliação ao regulamento um ano depois, o que não foi feito”.
“Já na altura chamei a atenção que o regulamento, que define critérios pouco fiáveis para a atribuição de apoios e subsídios, contém uma cláusula incompreensível que refere que estes critérios e montantes podem ser alterados pelo presidente da Câmara”, frisa Pedro Costa.
O candidato autárquico classifica ainda de «indigna» a cerimónia anual de assinatura de protocolos das associações, transformada num «beija-mão ao presidente da Câmara como se as associações lhe devessem um grande favor».
“O tecido associativo, que vive de voluntariado e presta tão importantes serviços públicos – sejam sociais, desportivos, culturais, ou outros – tem o direito de aceder a apoios públicos para prestar o seu serviço às comunidades”, finaliza.