A Quaresma e a Semana Santa de Braga fazem parte a partir desta quinta-feira do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal, anunciou a Comissão responsável pelas solenidades.
A proposta, agora aprovada, tinha sido apresentada pelo município de Braga à Direcção-Geral do Património Cultural em 2016, tendo contado com a participação da Comissão da Quaresma e das Solenidades da Semana Santa de Braga, através das entidades que integram aquela comissão.
Para o Arcebispo de Braga, “a inclusão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial é mais um passo no reconhecimento formal do lugar central destas celebrações na sociedade civil bracarense e minhota”.
Acrescenta ainda D. José Cordeiro que “este é um momento de alegria para a Igreja e para toda a sociedade bracarense. É um orgulho para Braga, mas, sobretudo, uma alegria maior da comunidade crente, que oferece o melhor de si à cidade e ao país, que é a expressão da fé em Cristo morto e ressuscitado, e que se faz presente nas múltiplas manifestações litúrgicas e artísticas na Catedral e nas ruas da nossa cidade”.
AFIRMAÇÃO CULTURAL DA CIDADE
Já para o presidente da Comissão “é com imensa satisfação e entusiasmo que recebemos a notícia da aprovação definitiva da candidatura da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Iniciado em 2017, este processo que agora se conclui contribuirá, ainda mais, para o reconhecimento e afirmação desta tradição cultural da cidade de Braga”.
O cónego Avelino Amorim frisa que “a Semana Santa de Braga reúne todo um conjunto de manifestações essencialmente de cariz litúrgico e religioso, que se traduzem num valioso património imaterial com profundas raízes na cidade de Braga” e recordando que “do seu programa sobressai ainda, todo um vasto conjunto de iniciativas culturais, que proporcionam uma experiência espiritual única, e uma vivência especial nesta cidade durante esta época do ano”.
“A Comissão da Semana Santa tudo fará para manter a matriz religiosa que caracteriza esta semana, bem como o nível qualitativo já alcançado, fazendo questão de continuar a oferecer ao público em geral o testemunho de fé herdado dos antepassados, e celebrado na nossa contemporaneidade”, finaliza.
ACTO DE JUSTIÇA
De acordo com Ricardo Rio, presidente da Câmara, esta distinção das Solenidades da Semana Santa é “um acto de justiça” para com um evento que possui uma “extraordinária e demonstrada capacidade” de mobilização da comunidade e de preservação das tradições culturais e religiosas da Cidade. “Garantir a sua classificação como Património Imaterial é afirmar que em Braga há algo que merece ser preservado, valorizado e reconhecido por todos”, refere.
“Este é mais um passo para que a Semana Santa de Braga seja um evento de referência não apenas para Braga, para a Região e para o país, mas um evento único a nível internacional neste período da Quaresma”, sublinha Ricardo Rio.