Os votos dos emigrantes nas legislativas recebidos em Portugal continuam a superar a quantidade registada na anterior eleição para a Assembleia da República, tendo o número de cartas devolvidas diminuído mais de um quarto, segundo dados da Administração Eleitoral.
O mais recente boletim da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) com informações e números sobre a votação no estrangeiro para as eleições do passado domingo indica que, das mais de 1,5 milhões de cartas enviadas por Portugal para estes eleitores, desde 4 de Fevereiro, foram recebidas até quinta-feira 291.921 votações.
Comparando com as legislativas de 2022, em que no mesmo período tinham sido recepcionadas 196.486 cartas, regista-se um aumento de 48,5% dos votos dos emigrantes recebidos em Portugal.
As cartas com os boletins de voto começaram a chegar no dia 20 de Fevereiro e a maior parte foi enviada a partir da Europa 224.326 (77%), seguindo-se a América (56.926, 19%), África (8.873, 3%) e Ásia e Oceânia (1.696, 1%).
A Administração Eleitoral avança ainda que foram devolvidas 98.670 cartas, menos 26,9% do que as 135.038 devolvidas em 2022 no mesmo período.
O principal motivo de devolução das cartas é o destinatário “desconhecido” na morada indicada (62,3%), seguido do “não reclamado” (13,3%). A Europa é a principal origem das cartas devolvidas (92.913, 94%).
Os votos dos emigrantes portugueses irão resultar na eleição de quatro deputados, que poderão influenciar o resultado final deste acto eleitoral, uma vez que a coligação Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) elegeu 79 deputados e o PS 77.
Na segunda-feira e até quarta-feira serão recolhidos e contados os votos destes emigrantes, com o resultado da sua votação a estar agendada para o final de quarta-feira.
Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitará o novo primeiro-ministro.
A AD obteve uma vitória tangencial, com 29,5%, nas eleições legislativas nacionais de domingo.
Depois do PS, o Chega foi a terceira força mais votada, com 48 parlamentares, seguindo-se a IL (oito mandatos), o BE (cinco), o Livre e a CDU (quatro cada) e o PAN (um).