O Tribunal Criminal de Braga prosseguiu, esta terça-feira, o julgamento de quatro alunos da Universidade do Minho, que estão pronunciados por homicídio por negligência, dado que alegadamente terão causado, em Abril de 2014, a queda da estrutura semelhante a um muro, que soterrou três colegas, causando-lhes a morte.
O Tribunal ouviu oito alunos e antigos alunos, dois deles já licenciados em Medicina, e que falaram por vídeo-conferência a partir de Faro.
As testemunhas – dos cursos de Ciências da Saúde e de Engenharia Electrónica – foram unânimes em dizer que o ‘muro’ era usado com frequência pelos diversos cursos para acções de praxe, pelo que nada fazia prever a sua derrocada. Um deles disse mesmo que, se os quatro colegas fossem condenados por homicídio, o mesmo deveria suceder aos muitos alunos que ali fizeram praxes, e às centenas de automobilistas que estacionavam num terreno cimeiro, o que pode ter aumentado a pressão sobre a estrutura, feita em alvenaria de tijolo e betão.
A 23 de Abril de 2014, para celebrar uma vitória numa ‘guerra de cursos’, quatro alunos foram para cima daquela estrutura, que ruiu, matando três colegas que se encontravam em baixo.
Inicialmente, o Ministério Público tinha também acusado um fiscal e um engenheiro da Câmara de Braga e o responsável da empresa de condomínios, mas a juíza de instrução decidiu não os levar a julgamento.
Na altura, a juíza admitiu que, de alguma forma, os três beneficiaram do desaparecimento, na Câmara de Braga, do processo físico relativo àquele local.