Ana Moura, inspectora chefe da ASAE, reconheceu, em declarações à CNN Portugal esta quarta-feira, que já foram encontradas várias irregularidades durante a acção de fiscalização que decorreu esta manhã de quarta-feira por todo o país.
“De facto, já há situações a assinalar, nomeadamente casos de prática especulativa na venda a retalho de produtos alimentares”, apontou a responsável, garantindo que esta acção foi “mais abrangente”, tendo incluído “produtos alimentares e produtos na área económica, tais como os de higiene. Se estes estavam em conformidade, na área alimentar houve casos, na passagem de caixa, de que o valor que está a ser cobrado ao consumidor não corresponde ao que está na prateleira”.
Ana Moura salientou ainda haver “problemas na pesagem”: “Há diferenças de 200, 300 gramas, e há casos de queijos e carnes a preços por quilo diferenciados que depois custam mais entre 8 e 10 euros ao consumidor, sobretudo nos lacticínios e carnes. Também nos legumes, mas muito pouco. Os consumidores não conseguem ver a diferença de peso a olho nu, pelo que certas unidades estão a ser vendidas por um preço ao quilo que não corresponde”, denunciou Ana Moura.
Também Pedro Portugal Gaspar, inspector-geral da ASAE, sublinhou que foram encontradas “diferenças de 70% da prateleira para a caixa”. “Esta é uma mega-operação que está a cobrir o território nacional, concentrada em dois eixos: bens essenciais, como os bens alimentares, e verificar questões da área da especulação objectiva”, frisou.
“Foram fiscalizados 1.100 operadores e foram abertos 67 processos-crime nesta matéria, o que dá uma taxa de incumprimento de 6%”, referiu. “Já encontrámos percentagens à volta de 1,5% até quase 70% de diferença. A grande maioria das diferenças situa-se entre os 11 e 50%, em mais de metade das situações.”
Com Executive Digest e CNN Portugal